quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Fora da zona de conforto

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Existem momentos de desconforto em nossa vida, em que estamos correndo riscos, como que balançando no ar, sem saber direito o que vem pela frente. Momentos em que saímos do habitual e sentimos aquela ansiedade, aquele frio na barriga, e ficamos nos perguntando: será que vai dar certo? Será que vão gostar? Será um sucesso?
São momentos em que percebemos claramente que não temos controle sobre nossas vidas.- e o controle, no fundo, e uma grande ilusão de nossa mente racional e... limitada.
Nesses momentos, o medo vem, insistente, provocando e dizendo: afinal, o que você está fazendo aí? Por que se arriscar tanto? Há tantos perigos, você pode se machucar! E se eles não gostarem? E se for um fracasso?
Pois é... Nessas horas, qual a melhor o coisa a fazer? Penso que, antes de se deixar levar por essas sabotagem de nosso grande inimigo íntimo, o medo, devemos relaxar, meditar e buscar o ser mais profundo que existe em nós, por trás dessa camada irracional de medo e desânimo.
Creio que em todos nós há uma centelha, uma luz divina que sempre brilha, por mais que nos esforçamos em escondê-la. Essa luz é plenamente acessível a qualquer um, basta relaxar e confiar, lançando-se nos "braços de Deus".
Assim, quando você passar por algum momento de insegurança e aflição, simplesmente respire fundo, relaxe, medite e confie nessa chama interior.
Não é fácil, vai contra nosso impulso automático de agir e fazer algo para mudar a situação, mas tente se afastar dela, recolha-se, insista, não brigue com o medo, ele é muito útil em vários momentos, saiba fazê-lo o seu grande aliado. Tenha respeito por seu medo, mas não se deixe dominar por ele.
Se continuar insistindo, poderá finalmente se entregar a essa energia calma e harmônica que está dentro de você e que sempre saberá o que é melhor para você a cada momento. Confie, tenha fé, e sentirá aquela doce sensação de que "tudo está certo", mesmo que não pareça. E sentirá também uma paz profunda, que vem do Amor de Deus, nos envolve e nos deixa muito bem.
Nesse momento, você pode encerrar o relaxamento, despertar da meditação, respirar fundo e dizer, do fundo do seu coração: "sei que vai ser bom, que vai dar certo, e o que quer que ocorra será o melhor pra mim".
Daí, pode ter a certeza que já deu tudo certo, que o medo é seu aliado, e que tudo ficará muito mais fácil pra você. E seja grato por viver e ter a chance de dominar seus medos e limitações.

São Sebastião

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Hoje é dia de São Sebastião, padroeiro de minha cidade, o Rio de Janeiro, e de dezenas de outras espalhadas pelo Brasil. Para os cariocas, o que é mais relevante é mesmo o feriado, que nos permite curtir melhor um dia de verão.
Mas o tempo não está ajudando, tem chovido muito, nem parece verão, e a cidade não está em uma situação que inspire muitas comemorações. O Rio tem vivido tempos difíceis, com sua rede de saúde calamitosa, obras pra tudo que é lado, e a ameaça do mosquito, que por sinal adora chuva.
Sempre achei a imagem do santo padroeiro um tanto dramática demais, com aquelas flechas atravessando seu corpo, torturado, martirizado. Nunca fui a favor dessa visão religiosa da virtude como uma dolorosa superação de sofrimentos infindáveis. Será que tem que ser assim?
Mas devo reconhecer que é uma imagem bem adequada para simbolizar nossa cidade hoje, tão linda e tão maltratada pelos nossos políticos, que tem por prioridade grandes obras, festas e eventos, e deixam o povo da cidade sem serviços básicos de assistência. Como é que não há dinheiro pra saúde, se há milhões e bilhões para réveillon, carnaval, olimpíadas etc.? Como não se organiza o combate a um mosquito, mas se organiza um evento gigantesco, com milhares de participantes?
Não sou contra esses eventos e obras, em especial as que ajudam no transporte público, tão negligenciado no passado. As grandes festas geram renda e emprego, e o Rio tem vocação pra receber o mundo de braços abertos. Podemos ser uma potência turística mundial, não nos falta potencial.
Mas a população precisa ser minimamente bem tratada, e isso inclui serviços básicos de saúde, educação, saneamento, segurança, sem isso não há cidade que funcione bem. Parece-me que nossos políticos sempre lembram o acessório, e muitas vezes esquecem o essencial.
Devo observar também que nós, cariocas, também não somos muito cuidadosos com nossa cidade, suas ruas, praias e espaços públicos em geral. Como sujamos, como depredamos, como cuidamos mal do que é de todos! E como somos mal educados no trânsito!
Assim, volto a dizer que nossa cidade está que nem São Sebastião, flechada, atacada pelos seus numerosos inimigos, políticos, população, mosquitos, chuvas, mas, tal como o mártir, tem a incrível capacidade de resistir, de seguir em frente, com fé e alegria. Não é uma atitude muito racional, mas é o nosso jeito de ser, emocional e carismático, sempre bem humorado.
Que venha o Carnaval e que venham as Olimpíadas! Nós saberemos fazer essas e muitas outras grandes festas! Quanto aos demais problemas, esses um dia se resolverão, com fé em Deus e no nosso santo protetor.

O ego - nosso melhor amigo e nosso maior inimigo

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Quero escrever hoje sobre o ego, e como ele pode ser nosso maior amigo e o pior inimigo ao mesmo tempo.
Para começar, devo tratar da pergunta fundamental: quem sou eu? Não vou respondê-la, simplesmente por ser uma das mais complexas questões de nossa vida, mas acredito que nosso eu é muito mais do que nossa mente pode nos sugerir.
Posso chamar "ego" ao eu que nossa mente racional alcança, formado pelo nosso corpo, emoções, pensamentos, desejos e comportamentos.
E, além do ego, posso definir um outro eu, mais sutil e sábio, ligado mais diretamente a um Ente Divino. Posso chamá-lo, para facilitar, de "alma", um termo bem familiar.
O que observo é que nosso ego é a base de nossa vida, em especial a base de nossos relacionamentos, Nenhuma pessoa consegue ter uma vida saudável, em termos físicos, emocionais e sociais, sem um ego bem desenvolvido e amadurecido.
Mas o ego tem um papel em nossa vida necessariamente limitado. Se ele extrapola seu papel e se torna o centro de nossa vida, como é muito comum, daí a pessoa começa a sentir um vazio, uma angústia, uma inquietação, sem ter idéia do que seja. Entendo que ela esteja "sentindo falta" de sua alma.
Para que serve nosso ego então? E nossa alma? Nosso ego é um ótimo executor, ele sabe fazer, sabe planejar e executar muito bem, sabe buscar sobrevivência, reconhecimento, integração, comunicação, ele nos leva aonde queremos chegar.
E nossa alma? Ela é que realmente sabe onde devemos chegar, ela guarda nossa essência, nossa missão nesse mundo, ela indica o caminho a seguir a cada momento, a escolha mais apropriada, a reação mais adequada, em suma, a sabedoria mais essencial. É na alma que se encontram nossos desejos mais autênticos, aqueles que, quando realizados, nos fazem realmente felizes.
Em suma, é nesse ponto mais sutil do nosso ser que se encontra a "fórmula da felicidade" individual, adequada pra cada um de nós.
Tenho visto muitas pessoas que se envolvem demais nos inúmeros aspectos interessantes de seu ego, zelando por suas próprias idéias e atitudes geniais, e buscando incessantemente suas metas grandiosas e seus grandes projetos. Nesse ritmo corrido, a vida muitas vezes vira uma sucessão de batalhas, numa guerra interminável.
E, ao final desse longo processo, o que fica de bom, qual o legado? Esse só a alma pode indicar, e muitas vezes a pessoa não deu a devida atenção ao mais essencial. E daí? Daí vem a frustração, a decepção, a raiva, e as inúmeras fugas e ilusões associadas, que posso chamar de "drogas", ou seja, mecanismos artificiais que nos desligam de uma realidade aparentemente insuportável.
Como então dar a devida atenção à nossa alma, ao que temos de mais nobre e elevado em nós? Ocorre que o ego está muito dominante em nós, de forma geral, em especial nesses tempos de egoísmo amplamente dominante, em que o sucesso individual é endeusado a todo custo, e todos querem ser famosos, ricos e poderosos. Então ele tem que ser "realocado", a fim de ocupar o seu devido lugar em nosso ser.
Não podemos ouvir os apelos de nossa alma enquanto o ego fica gritando o tempo inteiro o que temos que fazer. Na realidade temos que derrubar a "ditadura" do ego em nossa vida, e esse processo não é rápido nem simples, sujeito a diversos contratempos.
E isso ocorre porque o ego é um especialista em sobreviver, ele vai fazer de tudo para não sair do controle, e sua mente racional vai tentar te convencer a todo custo que sem o ego comandando você não sobrevive. Afinal, em sua limitada visão, só existe o ego, o resto é um "nada".
Porém, essa é a ilusão maior. Na realidade, sem o ego mandando em tudo, poderemos então entrar em contato com nossa alma, com o que temos de mais íntimo e precioso, é aí temos chance de sermos plenos, felizes e realizados, e realmente alcançarmos sucesso e prosperidade genuínos.
Como então tirar o ego do comando? Bem, esse é um longo e acidentado caminho, e temos a vida toda para percorrê-lo. Não vou entrar muito em detalhes, mas vou lançar umas idéias básicas, que formam a sua essência.
Para começar, amor, muito amor. Aceitar o mundo, aceitar os outros, compreender, chegar a acordos, buscar a paz. Evitar a grande armadilha do ego, que é o orgulho. Estar sempre disposto a rever suas idéias, respeitando todas as outras pessoas, e em especial respeitando a nós mesmos.
Porque não se trata de uma nova "batalha" contra um inimigo interior. Nada disso. O ego pode e deve ser nosso melhor amigo, ele deve ser bem orientado, convertido, para trabalhar em harmonia com a alma.
Assim, não devemos reprimir, esconder ou combater algum aspecto desagradável em nós, afinal ele é parte de nós! Devemos assumir esse "lado ruim" e transformá-lo, reorientando a sua energia para algo construtivo, que nos traga realização e felicidade, sob o comando de nossa alma.
Além disso, precisa haver autocrítica, aquele momento de reflexão, de questionar o porquê de nossos pensamentos, de nossos atos. E buscar mudar efetivamente aquilo que não nos faz feliz, que não traz amor ou harmonia.
Só esses passos já nos ajudam bastante no caminho. Práticas interiores, tais como a oração e a meditação, também podem ajudar muito.
Espero que esse texto, que já está ficando um pouco longo demais, venha a provocar boas reflexões, e nos façam perceber melhor as causas de nossas angústias e desassossego, tão comuns em nossos dias.
Que possamos cada vez mais percebermos os caminhos de nossa alma, e que nosso ego seja um precioso instrumento para percorrermos esses caminhos. Saúde e paz a todos!

Crítica a Star Wars

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Ontem fui com meu filho assistir ao badalado filme Star Wars, o sétimo. Devo confessar que nunca tive interesse pela série, e nunca havia assistido a nenhum dos outros filmes, mas não há nada que o desejo de um filho não consiga contornar.
Na realidade, eu mesmo estava curioso para ver esse filme, diante de toda a promoção feita pela Disney (eles são bons nisso) e pela nossa imprensa. Até os críticos estão elogiando.
Bem, para começar, achei um bom filme de ação, daqueles qu...e prendem você até a última cena, e que dão uma boa diversão por 2 horas.
E acho que essa foi a principal intenção de quem produziu o filme. O sucesso de bilheteria confirma o acerto da equipe de produção. Em suma, um bom filme de Hollywood.
Mas vou deixar aqui um comentário um pouco diferente, que tem a ver com minha implicância histórica pela série, e pelas séries de ficção científica em geral.
Ao final do filme, fiquei com a sensação que tinha visto um filme de cavaleiros medievais, de super-herois, ou mesmo de faroeste.
O espaço sideral e a "galáxia distante" foi somente um cenário diferente para as histórias de sempre: a luta do bem contra o mal conduzindo a história, com doses bem medidas de drama, comédia e alguns romances sutis.
Minha questão é: já que estamos tão longe de nosso mundinho, e podemos usar a imaginação à vontade, porque não imaginar uma sociedade realmente utópica, onde os diversos povos e planetas vivam em paz real e duradoura, num espírito de colaboração e harmonia cósmica?
Por que não imaginar que, juntamente com os apetrechos técnicos mais sofisticados, essas civilizações distantes não desenvolveram também formas mais harmoniosas de se educar as crianças, e de se relacionar com os outros, enfim, de construir uma sociedade baseada no amor?
Será que nesse vasto universo sempre se repete a ideologia de os mais avançados sempre quererem subjugar os menos desenvolvidos? Essa ideologia de colônia e metrópole?
Muitos podem pensar que um filme assim seria extremamente chato, sem aquela tensão fundamental para prender o expectador, mas eu apelo para a imaginação: que tal um filme em que alguns seres de outra galáxia, mais atrasada, entrem em contato com essa sociedade harmoniosa, o que poderia ocorrer? Acho que daria muita ação sim, sem precisar fazer disso uma guerra de civilizações.
Sei lá, tenho a impressão que falta um pouco mais de imaginação a esses roteiristas. Talvez esse filme utópico já tenha até sido lançado por aí, sem grande sucesso, isso eu não sei, só sei que eu iria apreciá-lo muito mais.

A Compaixão

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Vou tratar hoje de um tema que tem andado muito presente em minha vida: a compaixão.
Sempre achei esse sentimento um tanto questionável, já que ele representa o reconhecimento das fraquezas humanas, como se eu estivesse me considerando superior à outra pessoa. Nunca gostei que tivessem pena de mim e, assim, nunca busquei ter pena de ninguém.
Só que há uma falha nessa correlação entre compaixão e orgulho. De fato, posso usar esse sentimento para me achar superior aos outros... mas isso é uma distorção da compaixão, não é de sua essência.
Se não tivermos compaixão, se não buscarmos entender as limitações alheias, a convivência fica muito difícil, pois tendemos a agravar as culpas alheias, achando que a outra pessoa está plenamente consciente de seus atos e de suas consequências.
Devemos reconhecer que normalmente o que ocorre é o contrário, que aquela pessoa te machucou porque ela não tinha quase nenhuma consciência de que isso poderia ocorrer.
Quantas vezes achamos que a pessoa fez aquilo de propósito, e ela nem tem ideia do que fez? E quantas vezes achamos que a pessoa fez aquilo por opção, só para te deixar mal, quando na verdade ela estava acuada, constrangida, achando que aquilo era o melhor a ser feito? E quantas vezes aquele ato foi mesmo o melhor para o grupo, embora você tenha sido prejudicado?
E quantas vezes a outra pessoa te ofende sim, com vontade e consciência, só porque ainda não tem maturidade para resolver a questão de outra forma? Quem tem filhos sabe bem do que estou falando...
Devo ressaltar, porém, que compaixão não é passar a mão na cabeça de tudo que os outros fazem, não é ter complacência. Os maus atos devem ter consequências, em sua devida proporção, mas sem raiva, sem rancor, é só a colheita do que se plantou, sem o estigma de "criminoso", "pecador", "perdido", ou ideia similar. E também pode haver uma "pena alternativa", mais branda, se o infrator demonstra sincero arrependimento, por que não?
Assim, a compaixão é um elemento fundamental na convivência humana, ela ajuda-nos a seguir em frente e levar a vida com mais leveza, sem remoer rancores ou enxergar inimigos por todo lado. Ela é um passo fundamental para o exercício do perdão, que por sua vez é muito importante para nossa saúde emocional.
Mas porque muitas vezes resistimos a reconhecer as limitações alheias? O fato é que normalmente é muito difícil reconhecer justamente aquelas limitações que espelham nossos próprios defeitos.
É muito difícil perdoar os outros, mais o maior desafio é perdoamos a nós mesmos, é reconhecer de forma realista que somos imperfeitos sim, e, sem auto indulgência, nos aceitarmos da forma que somos e, a partir daí, fazermos o possível para melhorarmos. Afinal, o primeiro passo de qualquer terapia é reconhecer que existe um problema a ser tratado.
Então, que tal praticarmos um pouco mais a compaixão em nossas vidas? Se fizermos isso, iremos viver de forma muito mais agradável, tenho certeza disso.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Feliz 2016!

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Estamos terminando mais um ano, e em breve um novo ano vai se iniciar. Essa é uma época agitada, cheia de compromissos, idas e vindas, são as festas de fim de ano.
Mas, além de todas as agitações, essa é uma época para se fazer um balanço do ano que passou e pensar no que vem pela frente, época de pensar um pouco no passado e no futuro.
Muitas pessoas se sentem tristes, decepcionadas, depressivas até, e muitas outras ficam ansiosas, com um certo medo do que vem pela frente. Afinal, 2015 foi cheio de notícias estranhas, e 2016 não promete dias melhores...
Para mim, essa época tem suas ansiedades, mas acima de tudo tem um frio na barriga gostoso, ligado a novos desafios. Temos sempre o poder de transformar nossa vida, e nessa época fica mais evidente o quanto construímos e o quanto ainda podemos fazer. E isso é muito motivador, se soubermos desapegar ou, melhor ainda, se soubermos matar o ano velho, para que nasça o ano novo.
Saber matar e saber morrer são coisas fundamentais para quem quer avançar, evoluir. Já pensou se ainda tomassemos só leite e engatinhássemos? Ou se dependêssemos de nossos pais para tudo? Ainda bem que, no passado, matamos alguns hábitos imaturos para podermos virar adultos minimamente saudáveis.
E a questão é que precisamos fazer isso todo o tempo, ano a ano, toda a vida. Sempre há aquele velho hábito, pensamento ou emoção que não nos serve mais, que não nos ajuda, mas que não sabemos como nos livrar.
E agora, no fim do ano, o calendário nos lembra que o tempo passa, e precisamos seguir em frente, de preferência sem esses pesos mortos na nossa vida. Caso contrário, fica mais difícil curtir as novidades que a vida nos reserva no ano novo.
Não é fácil, é doloroso, é um verdadeiro luto, mas precisamos encarar esse processo, de preferência a cada mês, a cada dia, mas, se não for possível, pelo menos a cada réveillon.
O que vem pela frente é desconhecido, às vezes dá medo, não é tão confortável quanto aqueles velhos hábitos aos quais nos acostumamos, mas o mundo está aí o tempo inteiro para nos mostrar que o princípio de tudo é o movimento, que não nascemos para ficarmos parados, imóveis, vendo a vida passar.
Temos muita coisa pela frente, e não é boa idéia fugir de nossa vida, dá um tédio danado, uma sensação de vazio, algo se perde, é como se estivéssemos meio mortos em vida. Devemos ter coragem, ver o que vem por aí, sabendo que, de uma forma ou de outra, tudo se resolve. Vamos na fé!
Assim, desejo a todos, neste fim de ano, que parem pra pensar um pouco no que conquistaram nesse ano, que não foi pouco, e tentem descobrir o que precisa ficar pra trás, lá no ano velho, para que realmente surja um ótimo ano novo na vida de vocês.
Boas Festas e um ótimo 2016 para todos!

Museu do Amanhã

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Neste último sábado foi inaugurado, com pompa e circunstância, mais um museu moderno no Rio, o Museu do Amanhã. 
A princípio, uma ótima notícia para um país que dá bem pouca atenção à cultura em geral, e a seus museus em particular. Tem tudo para se tornar uma das principais atrações turísticas de uma cidade já cheia delas, atraindo mais movimento para uma região tão importante em nossa cidade, como é o nosso porto. Então, viva o novo museu!
Mas o que vi foi uma reação muito diferente - muita gente postando nas redes sociais coisas como "para que museu do amanhã, se a maioria dos outros vive no ontem, esquecida?" "Gastar milhões em novo museu e a saúde pública continua um desastre." "De que adianta museu do futuro, se nossa população não tem educação no presente - e suja a praça Maua no dia da inauguração."
Devo ponderar que realmente é questionável um gasto imenso em uma obra faraônica que está longe de ser a prioridade da população. Soa como uma situação em que muitos passam fome, e o rei gasta uma fortuna em banquetes.
Assim, concordo que deve haver uma crítica saudável aos critérios de alocação de recursos - mas lembro que a decisão questionável já foi tomada há anos, e agora o Museu está aí, pronto para ser visitado. 
Mas eu queria aqui destacar um aspecto interessante nessas reações negativas ao novo museu: a ideologia da escassez, ou do ganha-perde. 
Por essa ideologia, tão cara a tantos grupos políticos, quando se vê prosperidade, sempre é às custas da miséria de outros. Tudo se passaria como se houvesse um total limitado de recursos - um grande "saco de dinheiro global" -, e os que pegassem muito deixassem menos para os demais. 
Assim, se surgiu um museu lindo e novinho em folha, é claro que vários doentes estão mofando nos hospitais e muitas crianças estão sem escola decente, dentre outras misérias. E um fato é a causa do outro.
Pode parecer muito lógica essa idéia, mas devo confessar que não compartilho desta ideologia.
Para mim, a prosperidade é como uma energia, algo que se propaga, que se transmite e se multiplica - dinheiro atrai dinheiro, investimentos atraem recursos, que atraem mais investimentos. Aliás, vários economistas famosos estudaram esse poder indutor das grandes obras. É como se as riquezas tivessem um "ciclo de vida", crescendo e se multiplicando à medida que recebem estímulos para isso.
Assim, um novo equipamento público deste porte deve trazer mais gente para nossa cidade e para a zona portuária, e desenvolver comércio e serviços locais, que vão trazer novas obras, empregos, etc. Qual seria o problema disso?
Bem, e a nossa saúde, educação e demais misérias? Para responder a isso, faço uma pergunta: Por acaso nossos hospitais e escolas eram maravilhosos, e depois da construção desse museu eles pioraram? Ou ainda, alguém acha que o dinheiro usado nessa obra iria melhorar muito esses hospitais e escolas? Parece-me que não foi usado dinheiro público nesta obra, o que é um ponto muito relevante nesta discussão, mas, mesmo que fosse, seria garantida a melhoria de nossa saúde e educação?
Assim, deixo essas questões para reflexão, e convido a todos a dar uma visita a mais nova atração de nossa cidade. Que tal recebê-la de braços abertos?