terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Obstáculos 4 - Inveja e Preguiça



Saudações a todos.

Vamos agora tratar de dois obstáculos relevantes em nossa caminhada – a inveja e a preguiça.  Embora não muito relacionados entre si, há algumas características comuns que justificam a abordagem conjunta desses aspectos de nossa personalidade.

Quanto à inveja, ele é um dos traços mais comuns na personalidade de um ser humano, e consiste em um incômodo com o sucesso alheio.  O invejoso, ao ver alguém feliz, realizado, ou com algo que ele almeja para si, sente-se revoltado com essa situação, que, para ele, é “injusta”. 

O mecanismo que está por trás da inveja, as concepções que a justificam, são bem similares às já tratadas no post da ira – inveja e ira, inclusive, são frequentemente associadas.  Tudo nasce da ilusão da separação, que leva à visão egoísta, que leva à ilusão da escassez de recursos, à ideia de que algo nos falta. Esta, por sua vez, nos leva à ideia de que somos competidores por dinheiro, sucesso, amor, atenção, ou qualquer outro bem considerado essencial por nós. 

Nessa visão “competitiva”, o mundo é visto como um campo de batalha onde todos devem lutar pela felicidade, que é algo externo a todos, e que depende de aquisição de bens, ou da aprovação ou atenção alheia, coisas naturalmente escassas.  E nessa “selva global”, os mais espertos são os “vencedores”, e tudo é permitido para que se tenha alguma vantagem nessa competição geral – afinal, guerra é guerra.

Devo lembrar, em contraposição, a visão mística, que postula que já somos todos completos e unos com Deus, por natureza, em essência – o que nos falta é simplesmente a consciência total disso o tempo inteiro, algo que só pode ser obtido com uma harmonização profunda com nosso Eu Superior, identificado com Deus, o que ocorre na chamada “iluminação”.

Por essa visão, o mundo é uma manifestação perfeita e dinâmica de atributos divinos, em especial o Pensamento, a Vontade e a Ação Divina (este último também chamado Amor Divino).  E esse mundo é governado pela Lei do Amor, que diz que tudo no universo se submete ao esforço conjunto pela reintegração divina – evento este que é universal e inevitável, ou seja, todos um dia retornarão à fonte de onde vieram, e serão conscientemente unos com Deus.

Complementando, pela visão mística todas as dissonâncias e conflitos observados no mundo são simplesmente efeitos de leis naturais essencialmente positivas e construtivas, no longo prazo.  Assim, mesmo que no curto prazo o caos e a destruição pareçam prevalecer, no longo prazo, na eternidade, tudo se harmonizará. 

Em relação à vida humana, todos os contratempos observados se devem, essencialmente, ao mau uso do livre arbítrio por nós.  Mas, mesmo sendo o livre arbítrio um atributo de nossa consciência e do nosso Eu Superior, ele também se submete, no longo prazo, à Lei do Amor.  Com isso, para que haja a reintegração divina dos seres humanos, é necessário somente que tenhamos consciência de nossa natureza essencial e alinhemos nossos pensamentos, vontades e ações a essa natureza, ou seja, a Deus, por meio do Amor Divino.

Pode-se ver então que, pela visão mística, não há nenhum motivo para pensarmos que no mundo reina a competição, a “lei da selva”.  Devemos notar ainda que, conforme mostrado pela ecologia, no longo prazo não é a competição que reina na natureza, pois todos os processos que ali ocorrem contribuem para a manutenção de um equilíbrio natural, ecológico, como se todos fossem parte de um grande ser vivo, um sistema único (Gaia – nosso planeta como um grande ser vivo).

Sendo assim, para vivermos em harmonia com Deus e a natureza devemos abandonar essa concepção competitiva de “ganha-perde” e caminhar para uma concepção cooperativa, complementar, de “ganha-ganha”.  Para isso, temos que abandonar a visão individualista de “eu contra os outros” e passar a pensar como “eu com os outros”, cada um com suas características únicas e complementares, contribuindo para um objetivo comum.

Voltando então à inveja, ela é decorrente de uma visão de que “eu estou mal porque alguém tomou o que era meu de direito”, visão completamente distorcida, visto que o universo tem plena abundância, há espaço para todos, e há recursos para todos serem felizes, o tempo inteiro, basta administrar adequadamente, de forma individual e coletiva, tais recursos e se harmonizar com o Amor Divino.  A visão distorcida acima citada leva a pessoa a culpar os outros pelas suas falhas, e a se fazer de vítima, o que em nada auxilia seu processo de Reintegração.

Devo ressaltar que existem dois tipos de inveja: a branda e a aguda.  Na forma branda de inveja, também chamada de “inveja do bem”, o grau de distorção da realidade essencial é bem menor, e a pessoa deseja imensamente o que o outro já tem, em uma competição nem sempre saudável.  É aquela inveja de quem acompanha a vida de alguém rico e/ou famoso e dali tira um modelo de vida, e tenta imitá-lo da forma mais fiel possível, normalmente com resultados decepcionantes.

Essa inveja, também conhecida como idolatria, é um processo em que a pessoa segue mais ou menos fanaticamente um “ídolo”, que pode ser uma ideia, um grupo ou alguém específico.  Tal processo tem um resultado necessariamente falho e ilusório, em maior ou menor grau, pois, como diz a visão mística, o que deve realmente ser seguido é nossa mente e nosso coração, devidamente harmonizados com o Amor Divino.  Conforme a visão mística, o guia mais confiável de nossa vida é a nossa própria consciência harmonizada.

Formas bem brandas dessa inveja são saudáveis, já que bons exemplos merecem ser contemplados, estudados e seguidos, podendo ser um valioso guia em nossa caminhada.  Não se pode negar os benefícios de se buscar informações a respeito de grandes figuras da humanidade, e tentar imitar o que elas têm de mais elevado – isso é bem producente, pois não precisamos experimentar todos os caminhos que outros já experimentaram, podemos aprender com os erros e acertos que outros fizeram no passado, e com isso abreviar nossa caminhada. 

Mas devo ponderar que cada pessoa tem sua personalidade única, e que esses exemplos devem sempre ser tomados com precaução.  Por mais que você se identifique com as ideias, palavras e ações de uma outra pessoa, por mais que você considere que são as mais adequadas para você, deve-se ter em mente que cada um tem seu caminho único, e que as pessoas estão ao nosso lado para nos ajudar, cada um da sua forma, mas que cabe a nós descobrirmos qual o nosso caminho.  Essa “descoberta” passa necessariamente por uma profunda reflexão, pelo autoconhecimento, que pode ser auxiliado pelas ferramentas básicas do místico: oração e meditação.

Feita a ressalva acima, os bons exemplos podem e devem ser considerados, e são fundamentais em nosso processo de identificação de nossa personalidade, essencial à nossa saúde e maturidade psicológica.  Assim, uma inveja muito branda é saudável sim.

Mas existe o outro tipo de inveja, a aguda, em que a visão está tão distorcida, a ideia de competição por uma “felicidade escassa” está tão arraigada, que a pessoa sente necessidade de prejudicar a outra, de tirar da outra o que ela considera seu ou, pior ainda, de deixar a outra sofrer, pois ela também está sofrendo e ninguém pode ficar feliz ao lado dela.  Essa é aideia da “solidariedade negativa”, expressa pela frase “se eu não posso, ninguém pode”, muito adequada para fortalecer “grupos dissonantes”.

Nem preciso me estender sobre os efeitos perniciosos desse tipo de inveja, que já provocou muitos crimes e guerras ao longo da história, mas infelizmente esse sentimento existe com uma frequência maior do que gostaríamos de admitir.

Tal como o orgulho, a inveja é muito mal vista no meio social, o que traz por consequência uma dificuldade adicional: as pessoas evitam admitir, para os outros e para si mesmas, o que sentem.  Tal fato pode trazer graves problemas para a pessoa e para os que com ela convivem, pois daí junta-se à inveja a hipocrisia, o que realmente é uma combinação bem destruidora.

Uma boa indicação de que você tem traços de inveja, branda ou aguda, vem do convívio com as pessoas – se você se sente muito incomodado, com raiva mesmo, com alguma atitude invejosa alheia, é quase certo que você seja invejoso também.  Quanto maior a raiva, mais você está tentando esconder a inveja que existe em você.  Se você então fica tão incomodado a ponto de reclamar do invejoso e pensar em vingança, aí não há mais dúvidas, você deve fazer uma autoanálise e verificar o grau de sua inveja.

Essa indicação é mesmo universal, vale para qualquer obstáculo.  Assim, se você quer saber qual o seu maior obstáculo para sua reintegração, olhe à sua volta e verifique o que mais te deixa com raiva nas atitudes alheias, em especial aquela raiva irracional, desproporcional, aquela vontade de matar, direcionada contra o autor daquele ato tão “desprezível”.  Pode confiar, ali está seu grande obstáculo, vale a pena parar, refletir e se autoanalisar – a pergunta fundamental é: por que eu fico tão incomodado quando aquela pessoa age assim?

Não custa lembrar que, como já dito no post anterior, a raiva pode ser uma grande aliada na caminhada de um místico, basta ele ser “amigo e cúmplice” de sua raiva, sem negá-la ou trata-la como sua inimiga – aproxime-se de sua raiva, busque saber suas “razões”, há lições preciosas ali, com certeza.

E como deixar de ser invejoso?  Da mesma forma que a descrita no post da ira: basta assumir as ocasiões em que tivemos atitudes invejosas e fazer uma autoanálise inicial, tentando descobrir a causa essencial dessas atitudes.  Tal análise envolve questões como: por que tive inveja daquela pessoa?  O que, em minha visão, ela tem e eu não tenho?  Por que eu a considero “melhor” que eu, ou por que eu me considero “pior” que ela?  Por que desejo que ela se dê mal?  O que acho que está “faltando” em mim que não poderia faltar?

A seguir, deve-se buscar a crítica consciente a essas ideias distorcidas, e alternativas de atitudes não invejosas.  Para isso, a visão mística e suas idéias de Unidade Cósmica e Prosperidade Universal podem ajudar muito.  Caso tenha sido causado algum dano a outra pessoa, deve-se fazer o possível para repará-lo, mitigar seus efeitos, ou pelo menos não repetir a atitude.  Nessa “transformação” da inveja em algo melhor, pode-se usar a visualização criativa – ou seja, deve-se ver a si próprio em atitude mais construtiva e harmoniosa, em paz com o objeto da inveja.

Esse método de transformação interior, não custa lembrar, é universal, e pode ser aplicado a qualquer característica dissonante de nossa personalidade.

E como evitar ser atingido pelos “invejosos agudos”?  Nesse caso, a convivência pode ser mais difícil, mas o fato é que, se efetuarmos a transformação interior já citada, naturalmente deixaremos de ser alvos de inveja alheia, pois não haverá mais lugar para sentimentos dissonantes desse tipo, e ninguém “perde tempo” provocando outra pessoa sem resposta reativa do outro. 

Em outras palavras, se o alvo da inveja não tiver nenhum medo ou tensão relativamente à energia da inveja alheia, se ele tiver firme convicção que essas “energias negativas”, esse “olho-grande” não tem nenhum poder em si, que o seu poder vem somente da credulidade do alvo da inveja (ele próprio), aí a inveja não tem como trazer nenhuma consequência em sua vida.

Devo frisar que mesmo “trabalhos” ou práticas de “magia negra”, realizados com objetivo de fazer mal a outra pessoa, não têm nenhum poder em si, somente atraindo energias dissonantes presentes no baixo astral, e estando sempre dependentes da credulidade alheia para fazerem efeito – se o “alvo” entrar em ressonância com essas energias, o “trabalho” funciona por algum tempo, caso contrário, ele será inócuo.

Assim, se o alvo desses “trabalhos” estiver devidamente harmonizado com energias mais sublimes – com o médio astral, por exemplo –, em consonância com a Lei do Amor e tiver a crença inabalável de que essas energias não tem nenhum poder em essência, ele certamente escapará ileso de quaisquer “trabalhos” ou “rituais” praticados com o objetivo de prejudica-lo. 

Porém, se o “alvo” da inveja alheia não consegue se desconectar desse tipo de energia, e se submete em alguma medida aos efeitos desse tipo de “trabalho”, pode ser útil algum “trabalho” contrário, de harmonização energética, que pode ser feito individualmente, com base na oração e na meditação, ou com o auxílio de algum “terapeuta” energético, que irá fazer uma espécie de “limpeza” na energia sutil associada à pessoa. 

Não vou me aprofundar nem detalhar essas práticas, mas posso dizer que elas são realizadas com frequência e têm sua eficácia.  Porém, considero que a pessoa deve sempre buscar a autonomia em todos os aspectos de sua vida, incluindo o de autoproteção, sendo preferível que a harmonização energética seja realizada individualmente. Existem vários vídeos e escritos na internet sobre esse assunto, vale a pena pesquisar e experimentar algumas práticas de harmonização, elas são sempre úteis.




Agora devo falar um pouco da preguiça, que vem a ser um dos obstáculos mais tolerados pelas pessoas em geral – muitas vezes o preguiçoso é visto como alguém simpático, inofensivo, que simplesmente não tem vontade de realizar suas tarefas em tempo, algo que todos nós sentimos vez ou outra (ou quase sempre, dependendo da pessoa).  Em outras palavras, o preguiçoso é visto muitas vezes como alguém que “assume o que muitos gostariam de assumir”, e isso não tem nada de mais.

Antes de falar da preguiça em si, cabe um comentário sobre a diferença entre preguiça e pausa saudável.  Não há como se fazer uma longa caminhada sem pausas, isso pode ser experimentado por qualquer pessoa: faça um exercício físico moderado qualquer por muito tempo, sem interrupção, e facilmente você perceberá que seu corpo vai pedir uma pausa, de forma cada vez mais intensa, até que você será obrigado a parar, extenuado – em exaustão.

Isso porque a vida em geral obedece á Lei dos Ciclos, que postula que tudo tem seu ritmo, em ciclos de atividade-descanso, expansão-contração, tal como o dia e a noite.  Sendo assim, deve-se sempre respeitar a si próprio, buscando realizar todas as suas tarefas na justa medida, sem sobrecarga, respeitando as necessidades físicas básicas de alimentação e repouso.

Infelizmente, a maioria das pessoas vive em um ritmo antinatural, com inúmeras tarefas e estímulos o tempo inteiro, sem se dar uma pausa saudável, sem se permitir um momento de reflexão, de harmonização interior.  Parece que essas pessoas têm “medo de si mesmas” e são “viciadas em atividades”, como se vivessem eternamente em um grande parque de diversões, pulando de atração em atração, e deixando de lado as questões mais profundas e relevantes de sua vida, que são essenciais para se alcançar a felicidade.

E isso deixa uma sensação de “eterna correria”, parece que o tempo nunca é suficiente para nada, sempre há mais o que fazer, mais trabalho, mais compras, mais lazer – nem em suas horas de folga as pessoas realmente relaxam e se permitem um convívio descontraído com as pessoas próximas e consigo mesmas, sempre há um “programa imperdível” a fazer, algo “muito importante”, e o tempo vai passando...

A pessoa que, conscientemente, se rebela contra esse ritmo tirânico, contra essa ideologia do “tempo é dinheiro”, e se permite um tempo para o ócio criativo, essa pessoa não é preguiçosa – embora muitos a considerem.  Preguiçoso de verdade é aquele que não vê nenhum sentido em fazer quase nada, e por isso quase nada faz, é o entediado constante, o totalmente desmotivado, o que se acha fracassado e, em casos mais graves, o depressivo.

A preguiça, assim como a inveja, tem origem numa percepção de si próprio como um “ser incompleto”, alguém a quem falta “algo”, e que tem que buscar esse “algo” externamente para ser feliz.  Só que, ao contrário do invejoso, no caso do preguiçoso não há ação positiva, há omissão, ele simplesmente não faz o que pensa ser essencial para sua felicidade, pois se julga incapaz de fazê-lo, ou simplesmente porque não tem ânimo para fazê-lo.

Devemos ressaltar que, em casos mais extremos de depressão, a constituição física do organismo, em espacial de nosso sistema nervoso, pode ficar comprometida, e poderá ser necessário o tratamento médico, com uso de substâncias químicas para reequilibrar nossos hormônios e a sistema nervoso em geral. 

Porém, deve-se ver tais tratamentos como o último recurso, muito importante em certos casos, mas que infelizmente muitas pessoas lançam mão por não exigirem um grande esforço de usa parte – é só tomar aquele comprimido que estou disposto!  Naturalmente, essa não é a forma mais saudável de combater depressões e desânimos de pequena monta.

Devemos lembrar também de tratamentos alternativos, que auxiliam a harmonização de energias, que podem ser muito úteis e eficazes como um meio auxiliar, de fazer a pessoa ter a energia mínima para buscar a solução por si própria.  Esses tratamentos, em geral, não tem efeitos colaterais, exigindo porém um esforço maior da pessoa, um efetivo desejo de recuperação.

E o que leva alguém a ficar desanimado, em depressão, sem vontade de fazer algo que ele considera positivo, bom para si próprio?  O desânimo é claramente oposto à natureza humana, já que somos animais racionais, dotados de energia, movimento e discernimento para saber o que devemos fazer para conseguirmos nossos objetivos – e sempre há algo útil e construtivo a ser feito.  Nosso corpo e nossa mente são criados para se movimentarem, para se transformarem e influenciarem o ambiente, em um processo dinâmico e ininterrupto de atividade-repouso, já citado anteriormente.

Uma característica relevante do preguiçoso é que normalmente ele tem uma visão egoísta do mundo, ele não se importa muito com as outras pessoas.  Em outras palavras, ele, tal como o invejoso, se “aliena” do mundo, se considera “isolado”, e aí tudo passa a ser muito penoso, trabalhoso, como se ele tivesse que fazer tudo sozinho, carregando o mundo nas costas.  E isso desanima...  Ajudar os outros então, que trabalho que dá, na maioria das vezes sem o devido reconhecimento...

Para sabermos o que pode estar por trás da preguiça, devemos pensar no conceito de motivação – vontade de realizar determinada tarefa – que é bastante popular no mundo empresarial.  O que pode provocar a perda da motivação de alguém?  Conforme teorias de administração de empresas, o empregado que não se envolve com o seu trabalho, que o executa mecanicamente, sem saber as razões para sua execução, ou sem ter ideia do contexto maior daquela tarefa, de sua importância para o desempenho da empresa, esse funcionário normalmente tem baixa motivação.

E assim também é com a vida em geral: se estamos vivendo de forma “mecânica”, sem emoção ou identificação com o que fazemos, sem termos consciência do contexto geral de nossa vida e da relevância que temos para a Reintegração Divina Universal, provavelmente teremos muito menos motivação para realizar quaisquer tarefas na vida, incluindo as essenciais para que possamos avançar na caminhada – e o fato é que ficamos “parados no caminho”, pois sem esforço, não há recompensa, isso é certo em relação à caminhada da Reintegração.

E por que nos deixamos viver de forma mecânica?  Pode haver vários motivos: podemos ter sido educados assim, no meio de diversas pessoas de nossa família com essa mesma atitude perante a vida; podemos aceitar uma relação de dominação, em que outra pessoa assume os riscos por nós e nos deixa um papel “mecânico” para cumprir; podemos “delegar” as emoções de nossa vida, que às vezes são tão perturbadoras, a outras pessoas; podemos também simplesmente não ter nenhuma consciência do que estamos fazendo neste mundo, sem referência de valores ou ideais, e simplesmente deixarmos a vida nos levar.

Qualquer que seja o motivo, deve ser objeto de autoanálise.  Normalmente, quando tudo nos desanima, é porque os objetivos que estamos perseguindo são provavelmente efêmeros e ilusórios, muitas vezes desarmonizados.  Provavelmente, está na hora de repensar nossos objetivos de vida, nossas metas, e adotarmos objetivos e causas mais harmonizadas com o Amor Divino.  Mais do que mudar de vida, necessitamos mudar a maneira de encarar a vida,

Posso afirmar que, quando descobrimos a maravilha do Amor Divino, quando conseguimos vibrar em consonância com essa energia maravilhosa, algo muito forte desperta em nós, e a preguiça não tem vez, sentimo-nos imediatamente motivados, somos capazes de remover montanhas para ajudarmos a nós e aos outros a atingir um único objetivo: a Reintegração Divina.  Afinal, é tão bom estar harmonizado, por que não buscamos todos nos harmonizar?

E existem inúmeros caminhos, inúmeras formas de ajudar a si a aos outros.  Em sua atividade profissional, pode haver muitas oportunidades, mas na sua família, no seu círculo de amigos, também há muito o que possa ser feito.  Outra boa iniciativa é se juntar em grupos, organizações para realizar trabalhos voluntários, ou entidades de fundo religioso ou místico, que normalmente se envolvem em esforços de filantropia.  Sempre há gente precisando de ajuda, e sempre há uma maneira prazerosa, adequada a suas habilidades naturais, de ajudar.  Basta usar a criatividade!

Assim, termino esse texto com um apelo: deixe a idéia de escassez de lado, pense na Unidade Cósmica, e seja um instrumento da prosperidade universal, espalhando boas energias por aí, em consonância com o Amor Divino.  Deixe a inveja e a preguiça de lado, deixe de lado a alienação, saiba que você faz parte do mundo, é um sujeito muito importante nessa imensa comunidade global, e seus talentos estão aí, esperando para serem usados em prol da Reintegração Divina.  Mãos á obra!

Saudações fraternas.

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