terça-feira, 24 de junho de 2014

Energias da Criação - Teoria e Pratica


Saudações a todos,

Neste post, irei apresentar uma outra forma de se considerar o universo criado, diferente da divisão entre planos densos e planos sutis já apresentada.  Na realidade, é uma forma muito útil se quisermos analisar a composição do ser humano, sendo por isso muito frequente em diversas tradições místicas.  Trata-se da divisão matéria – vida – alma.

Deve-se frisar que esta maneira de classificar as energias do universo não é diferente, em essência, da classificação já apresentada, de infinitos planos energéticos, sendo que os mais densos formam a matéria física e os mais sutis estão divididos genericamente em baixo astral, médio astral e alto astral.  Essa nova classificação apenas traz um outro ponto de vista, bastante útil para se analisar melhor a composição do homem e explicar melhor a influência que ele pode exercer no universo a sua volta.

Deve-se notar que essa classificação é muito antiga na tradição mística, datando pelo menos do Egito Antigo, cujos sábios já definiam os conceitos de corpo físico, ka (energia vitalizante) e ba (alma), aplicável aos seres humanos – na época, considerava-se que somente o faraó e membros da nobreza e do clero tivessem essa composição essencial, e posteriormente essa ideia evoluiu para abranger toda a espécie humana.

Vou então detalhar o que são esses três planos energéticos fundamentais que compõem todo o universo criado, incluindo o universo sensível, estudado pela ciência, mais denso, e o acessível somente pelo conhecimento intuitivo, mais sutil.  Vou chamá-los de plano material, plano vital e plano anímico.

a)      Plano material: este plano compreende todas as substâncias materiais, sólidas, líquidas ou gasosas, bem como todas as formas de energia que são estudadas pela física, dentre elas: som, ondas de rádio, ondas de calor, luz visível, raios UV, raios X, raios beta, raios cósmicos.  Conforme a visão mística, todas essas manifestações físicas são provenientes de um único tipo de energia, variando-se somente seus atributos básicos – frequência, por exemplo.  A unidade básica que concentra essa energia é o átomo.  O modelo padrão da física moderna, atualmente, já conseguiu unificar quase todas as “energias fundamentais” da matéria, e muitos físicos acreditam que essa unificação final é somente questão de tempo. 
b)      Plano vital: este plano compreende a energia sutil que anima todas as formas de vida.  Ela é comum a todos os organismos vivos, e se perpetua mesmo após a morte de algum organismo, se deslocando e se transformando para outros organismos vivos.  Essa energia vitalizante é mais sutil que a energia material, e possui duas polaridades, que devem estar sempre em equilíbrio, sendo que toda doença ou disfunção compreende o desequilíbrio entre essas polaridades.  A unidade básica que concentra essa energia é a célula.  A medicina tradicional chinesa tem os mesmos conceitos básicos (chamando essa energia de chi, e as polaridades de yin e yang), que servem de base ao tratamento da acupuntura, já reconhecida pela ciência ocidental como eficaz no tratamento de diversas enfermidades, em especial dores musculares em geral.
c)      Plano anímico: este é o plano mais sutil ao qual podemos ter acesso, e corresponde a uma “ponte” entre os seres físicos e Deus.  Trata-se da alma, a porção mais sutil de um ser, que abrange em especial a consciência e seus diversos atributos: percepções, emoções, pensamentos e intuições.  Conforme a visão mística, todos os seres possuem alma, nos seres vivos ela se desenvolve melhor, mas é no homem que ela tem uma característica especial: ela é individualizada, resultando na consciência do eu, na subjetividade, na personalidade, algo exclusivo do ser humano.  Mas deve-se ressaltar que, pelo princípio da unidade, todas as almas do mundo fazem parte de uma única energia global, a “Alma Universal”, ou “Alma Divina”, um dos aspectos mais sutis de Deus que se pode conceber.  Sendo assim, a percepção individual não é essencial, sendo uma espécie de “ilusão” muito útil nos planos mais densos de energia.

Existem muitas questões relacionadas a essa classificação das energias fundamentais da criação.  Tratarei então de alguns pontos relevantes.

Para começar, a questão da alma, que é uma das grandes divergências entre ciência moderna e visão mística.  Conforme a ciência moderna, a existência da alma não é reconhecida, e somos formados por um corpo sujeito a diversas leis naturais. 

Por esse enfoque, nossos processos subjetivos: pensamentos e emoções em especial, seriam resultado de reações químicas, impulsos elétricos e descargas hormonais em nosso sistema nervoso, que interagem com o restante do organismo.  Sendo assim, osso corpo é o centro de nossa existência, sede de nossa vida, e tudo o que ocorre conosco tem a ver com suas necessidades e funcionalidades.

Por essa visão, a vida humana é limitada, se iniciando em nosso nascimento e terminando com nossa morte, não se reconhecendo nada além do que possa ser medido ou percebido de forma objetiva.

Só que, em nosso íntimo, podemos pensar e perceber de forma diferente a realidade.  Particularmente, é muito difícil para mim reconhecer que toda a riqueza interior de pensamentos e emoções seja simplesmente um resultado meio caótico, meio condicionado, de processos químicos naturais.  O fenômeno da autoconsciência, as ideias em geral, os sentimentos complexos, tudo isso não se encaixa muito bem nessa visão – a própria ciência reconhece isso, mas se limita a dizer que não tem elementos objetivos para avançar mais nessas questões.

A visão mística, por sua vez, postula que temos sim uma alma, que é a parte mais sutil de nosso ser e ponte de ligação com Deus – na realidade, em seu aspecto mais sutil, trata-se de “Deus em nós”, o Deus imanente, também chamado de “Mestre Interior”.

Além disso, há um outro postulado místico muito relevante: o sutil governa o denso.  Em outras palavras, não somos um corpo dotado de faculdades sutis especiais, como postula a ciência, e sim uma alma que habita um corpo – este último tem por função servir aos propósitos da alma, e não o contrário.

Por que o sutil governa o denso?  Isso está diretamente relacionado ao processo de criação do mundo, e ao conceito de que Deus é o ente supremo, e também o mais sutil.  Como já visto em outro post, a criação do mundo ocorreu do mais sutil para o mais denso, similar a um empreendimento de engenharia (denso), que sempre é precedido de um projeto (sutil) que determina todas as suas características relevantes.  Não é por acaso que Deus é chamado, por muitas tradições místicas, de “Grande Arquiteto do Universo”.

Assim é com o ser humano: seu corpo, ao longo dos séculos, vem evoluindo (como a ciência já demonstrou) de uma aparência mais próxima à dos macacos, em uma postura curvada, apoiando-se em quatro membros, para uma postura ereta.  Posteriormente, outras melhorias foram se processando em seu corpo: crescimento do cérebro, polegar opositor, maior estatura, todas com o objetivo de fazer de nosso corpo o melhor suporte físico possível para os objetivos de nossa alma.

E assim é atualmente: nosso corpo é dotado de faculdades, algumas realmente maravilhosas, que permitem que nós tenhamos todas as vivências e percepções necessárias à nossa evolução espiritual, rumo à Reintegração Divina.  Nosso corpo é somente um suporte, uma ferramenta essencial para tal objetivo, mas deve-se submeter harmoniosamente à nossa natureza essencial, sob pena de sofrermos e nos afastarmos da felicidade.

Por exemplo, todas as vezes que abusamos de nossa saúde, por meio de excessos diversos – excesso de comidas “tóxicas”, ingestão de drogas diversas – causamos desequilíbrios a nosso corpo, e então ele deixa de cumprir bem o seu papel.  Esse é o estado de doença, que sempre é causado por um desequilíbrio sutil – o sutil comanda o denso. 

E, para restabelecer a saúde, pode-se simplesmente tratar os efeitos, os sintomas, da forma que normalmente a medicina convencional atua, ou então ir diretamente ás causas, aos desequilíbrios energéticos, e então, por meio de procedimentos de harmonização sutil, restabelecer o equilíbrio e deixar que o próprio organismo se cure daquela doença.  Este vem a ser precisamente o princípio dos métodos de cura mística, que serão detalhados em um post futuro.

Desde já cabe uma advertência sobre a cura mística: dependendo do grau de avanço de uma determinada doença, pode ser inevitável o tratamento físico convencional, pois em muitos casos o corpo não tem mais condições de se regenerar sozinho, sendo necessário o auxílio de medicações ou mesmo de procedimentos cirúrgicos.  Processos místicos de cura de forma alguma invalidam a ciência médica, que tem sua utilidade óbvia em inúmeros casos.

Bem, podemos então, a partir da ideia de que o sutil governa o denso, concluir que nosso corpo existe como uma ferramenta a serviço de nossa alma e de seus objetivos.  Conforme a visão mística, o objetivo maior da alma é a Reintegração Divina, por meio da harmonização com o Amor Divino.  Como o corpo pode colaborar?  Mantendo-se saudável, equilibrado, e permitindo que tenhamos o convívio com outras pessoas – permitindo que trabalhemos e possamos auxiliar a coletividade com o fruto de nosso esforço, permitindo que tenhamos um efetivo convívio com nossos amigos e familiares,

Podemos ajudar e amar as pessoas à nossa volta de forma muito mais efetiva por meio de nossos corpos – embora a visão mística sustente que é possível um auxílio espiritual, este deve ser complementar á atuação efetiva em prol de seu semelhante.  Não basta somente mandar os melhores pensamentos e energias para alguém próximo a você, é necessário também dar atenção, carinho, amor, ajudar no que for preciso, sempre que estiver a seu alcance.  O auxílio espiritual é muito importante de forma complementar, ou quando não é possível ou recomendável o auxílio físico – sempre que possível, o contato direto deverá ser priorizado.

Assim, deve ficar bem claro que, embora o sutil governe o denso, este tem um papel fundamental em nossa caminhada.  Assim, devemos cuidar bem de nosso corpo – como poderemos ser místicos atuantes na sociedade sem condições mínimas de saúde ou equilíbrio físico?  Condições como uma alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares, higiene adequada, bons hábitos alimentares, sono adequado, tudo isso tem importância para a visão mística, pois contribui para a harmonização de nosso corpo, facilitando a caminhada mística em todos os sentidos.

Nossa mente tem uma capacidade incrível de superar limitações físicas diversas, como podemos comprovar em nossa vida diária, mas para tudo há limite, e não devemos abusar de nosso corpo, essa máquina tão maravilhosa, tão resistente, mas que não está imune a quaisquer hábitos desequilibrados que resolvamos adotar. 

Não custa reforçar algumas recomendações citadas neste e em posts passados para manter o equilíbrio de nossa saúde, em todas as suas dimensões relevantes:
- Físico: boa alimentação, beber água em quantidade suficiente, higiene corporal adequada, repouso e sono em quantidade e condições adequadas, exercícios físicos regulares;
- Emocional: buscar emoções harmonizadas – amor, carinho, harmonia, compaixão, solidariedade, alegria – e evitar tristezas, rancores, vinganças, inveja, ciúmes, apego excessivo ou quaisquer outros sentimentos egoísticos.  Buscar ter tolerância, respeito e amor em primeiro lugar ao conviver com as demais pessoas.
- Mental: buscar pensamentos harmoniosos, evitando bloqueios mentais ou condicionamentos viciosos, como por exemplo pensamentos depressivos, negativos, pessimistas ou vingativos.  Evitar discussões por discordâncias de ideias ou opiniões – aprender a conviver de forma harmoniosa e tolerante com o diferente.  Buscar ter uma atitude autocrítica saudável, sem culpas excessivas, mas buscando o contínuo aperfeiçoamento pessoal.
- Espiritual: praticar oração e meditação no dia a dia, buscando avançar no caminho da reintegração divina.  Colocar-se a serviço dos ideais mais elevados possíveis e transformar sua vida em um serviço em prol da humanidade e de Deus.

Em resumo, se praticarmos o que está aí descrito todos os dias, de forma a cristalizar esses bons hábitos, certamente estaremos mais próximos da felicidade, meta suprema de nossa vida, conforme a visão mística.  E saber de forma clara que o sutil governa o denso, e que nosso corpo e nossa alma são fundamentais nesse processo, de forma harmoniosa e equilibrada, facilita imensamente essa caminhada.


Outro ponto bastante relevante a ser tratado é sobre a interação entre essas formas de energia acima citadas.  De que forma essas energias podem interagir, e como podemos aplicar essas interações de forma útil em nossa vida?
Para responder a essa questão, devemos voltar à afirmação de que o sutil governa o denso.  Sendo assim, podemos conceber que é possível que nossos pensamentos e emoções (mais sutis) tenham grande influência sobre nossa saúde (mais densa) e mesmo sobre nosso corpo (mais denso ainda), ou ainda sobre objetos físicos em geral.

Na realidade, como já visto em outro post, pode-se inclusive criar realidades desejadas por meio do processo chamado “visualização criativa”, que consiste em visualizar uma cena desejada e sentir todas as emoções associadas à vivência dessa cena, como se já fosse realidade em sua vida.  Algo como “ser grato pelo que ainda virá”, com a razoável certeza de que virá, pois você merece e confia no poder do pensamento positivo.  Com algum treino, é possível realizar esses pequenos “milagres” em nossa vida, e comprovar que o sutil realmente pode influenciar decisivamente nos acontecimentos de nossa vida.

Outro exemplo dessa influência reside na atitude emocional e mental de um doente – já existem estudos científicos comprovando que, em doenças mais graves, de recuperação mais demorada – como o câncer, por exemplo – o estado mental e emocional do paciente podem ser decisivos para a possibilidade, velocidade e qualidade de sua recuperação.

Novamente devemos lembrar que, em muitos casos – como o exemplo do câncer, já citado – dificilmente o pensamento positivo, por si só, será suficiente para uma cura, havendo necessidade vital de tratamentos médicos convencionais.  Mas tais pensamentos e emoções positivas são, sem dúvida, um auxílio precioso à recuperação de qualquer paciente.

Mais um exemplo interessante consiste em algumas práticas místicas razoavelmente populares, que consistem em utilizar de forma útil nossos pensamentos para afetar a matéria física.  São eles: levitação, materialização, telecinese e invisibilidade. Vamos falar um pouco sobre cada um desses fenômenos “paranormais” – que na realidade podem ser praticados por qualquer pessoa, desde que esta treine adequadamente a técnica correspondente.

- Levitação: consiste em flutuar no ar por algum tempo, com ou sem movimento associado.  Na realidade, trata-se de usar as energias do pensamento, de forma muito concentrada, para buscar uma “força de repulsão” entre o solo e nosso corpo, tal como uma força magnética, que, em última análise, consiga ser maior que a força gravitacional representada por nosso peso.  Esse exercício exige grande concentração, para acumular energia suficiente para nos fazer flutuar, e na realidade tem muito pouca utilidade em geral, além de impressionar os que estão à nossa volta.  Mas ele tem uma utilidade secundária, que é a de melhorar o equilíbrio energético geral de nosso corpo e mente, sendo útil mesmo que não se obtenha sucesso, o que é mais frequente – por isso, tais práticas de levitação integram diversas tradições orientais, incluindo a ioga.

- Materialização: consiste em fazer surgir uma quantidade limitada de matéria, onde não havia nada anteriormente.  Normalmente ela se realiza na mão da pessoa, na forma de grãos de poeira ou uma pequena substância pastosa, mas pode ocorrer de formas mais “impressionantes”, como por exemplo o surgimento de objetos definidos.  Também exige grande concentração, e naturalmente não está acessível à mente humana materializações de objetos de porte similar ou maior que o ser humano – sempre são materiais que pesam alguns gramas.  Ela se explica pela interação que a energia do pensamento, mais sutil, pode realizar sobre a matéria, transformando algum substrato existente – o ar, por exemplo, ou mesmo água, tecido ou barro – em algum objeto mais ou menos definido.  Pode ter utilidade, em geral simbólica, mas infelizmente é muito frequente o uso de técnicas de mágica para simular essa faculdade – vem a ser uma das formas de charlatanismo mais comuns.

- Telecinese: outro exemplo da interação entre energias sutis e densas, consiste em mover pequenos objetos à distância, com a força do pensamento, em grande concentração.  Seu fundamento é similar ao da levitação, só que neste caso a mesma energia é aplicada em outros objetos.   Naturalmente não é possível “mover montanhas”, como diz o ditado, somente objetos de pouco peso (em geral mais leves que seu corpo), e trata-se de mais um exercício com utilidade restrita – em especial considerando-se as inúmeras tecnologias de movimentação de cargas presentes na vida moderna.

- Invisibilidade: essa é outra faculdade possível a quem exercita determinados procedimentos específicos.  Trata-se da formação de um campo energético sutil à sua volta que simplesmente “refrata” a luz incidente, impedindo a visão do que se encontra ali dentro, ou seja, de você.  Também pode ser focalizada para outros objetos, a fim de “escondê-los”.  Exige também muita concentração mental.  Pode ser bastante útil, mas, com as tecnologias atuais de escuta e espionagem à distância, perdeu muito de sua utilidade original.

Tais eventos “milagrosos” não têm nada de extraordinários, podendo ser realizados por qualquer pessoa, desde que se dominem certas técnicas de concentração de pensamentos, e se pratique bastante, com muita disciplina.  Todos são baseados na concentração de ideias e imagens fixas na mente, algo muito difícil, já que nossa mente naturalmente se dispersa entre inúmeros pensamentos e ideias o tempo inteiro – tal fato é muito útil para mantermos a “atenção difusa” a nosso ambiente, o que pode ser muito importante para nossa segurança, por exemplo, quando estamos dirigindo.

Se soubermos contornar a “bagunça” reinante em nossa mente no dia a dia, por meio de exercícios de concentração diversos – a meditação pode ser muito útil nesse sentido – poderemos canalizar nosso pensamento e emoções para um objetivo definido, e assim facilitar sua transformação em realidade – nosso pensamento (plano anímico), quando bem concentrado, pode interagir de forma real e construtiva com a energia de nossa saúde (plano vital) ou mesmo com a matéria à nossa volta (plano material). 

E como concentrar melhor nosso pensamento?  Tentando acalmar nossa mente, tentando “esvaziá-la” de todos os milhares de fatores de dispersão que surgem em todos os momentos de nossa vida.  O mundo à nossa volta é cheio de estímulos, alguns muito poderosos, mas devemos ter disciplina e harmonia suficientes para nos mantermos concentrados.  Deve-se dizer que alguns fatores podem ajudar bastante nessa concentração:
- Coração puro – evitar emoções dissonantes – raivas, rancores, tristezas – ou qualquer tipo de forte emoção antes de fazer qualquer um desses experimentos.  Calma é a base para qualquer concentração.
- Ambiente puro – ao se concentrar, deve-se evitar quaisquer distrações causadas pelo meio ambiente: calor, frio, ruídos, luz excessiva, etc.  Deve-se também buscar um ambiente agradável – iluminação suave, odores agradáveis, postura confortável.  Tudo isso favorece uma boa concentração.
- Mente pura – esse é o ponto mais difícil: esvaziar a mente.  Na realidade, não se trata de evitar qualquer pensamento (isso é impossível), mas de se ter uma postura indiferente, não reativa, a qualquer pensamento que ocorra – simplesmente deixe-os passar, como se fossem externos a você (e em essência são mesmo).
- Sono adequado – estar em dia com o sono, com boa qualidade de sono, ajuda imensamente no equilíbrio interno de emoções e pensamentos, servindo como uma base essencial para a harmonia interior.
- Respiração adequada – em geral, os métodos de meditação e concentração envolvem alguma técnica respiratória específica.  A respiração é uma das funções vitais mais importantes, e tem relação direta com nosso subconsciente e com nossa harmonia interior.  Sendo devidamente direcionada, pode ajudar imensamente na obtenção da calma e equilíbrio necessários a uma boa prática mística.

Deve-se ressaltar que, tais experimentos místicos são governados pela Lei da Analogia, que diz que existe uma correspondência entre energias sutis e densas, e pelo Amor Divino, que sempre favorece energias construtivas e harmonizadoras, dificultando energias dissonantes.

Sendo assim, pode-se dizer que existe uma “ética” que deve ser seguida ao se tentar alguma dessas práticas interativas de energia, ou seja, sempre que, voluntariamente, quisermos realizar algo com nosso pensamento.  Vamos aos seus principais pontos:
- Querer o bem, ou seja, buscar sempre ajudar os outros e você mesmo – qualquer coisa diferente não contará com o suporte fundamental do Amor Divino, e as consequências provavelmente serão bem ruins, pois energias dissonantes tendem a atrair energias dissonantes.
- Priorizar utilidade a espetáculo, ou seja, não fazer algo por vaidade ou para impressionar ou mostrar poder a alguém – o maior poder é sutil, e não pode ser mostrado.  Assim, antes de se dedicar a alguma prática, pergunte a si mesmo: para que finalidade farei esse experimento?
- Nunca obter ganho pessoal com tais experimentos, ou seja, não seja um charlatão, se sustentando às custas da boa fé alheia.  O verdadeiro serviço místico é gratuito, e tais energias sutis não devem ser objeto de troca financeira.  Naturalmente, saiba aceitar presentes oferecidos com gratidão, mas não se aproveite da fragilidade ou da boa fé alheia para levar vantagem de qualquer tipo.

Finalizando, devo ressaltar que é muito importante, ao se utilizar as energias do pensamento para quaisquer finalidades, atestar se tais finalidades são meritórias, positivas, harmonizadas com o Amor Divino, e também se estamos nos dedicando adequadamente ao objetivo em questão, em todos os planos.  Sabemos que o sutil governa o denso, mas para que as ideias se tornem realidade, deve haver algum esforço efetivo de nossa parte – só pensamento positivo nem sempre funciona.

Assim, espero que esse post seja útil para sua caminhada em busca da Reintegração Divina.  Pode-se notar que muitas vezes assuntos essencialmente abstratos e teóricos têm relevantes aplicações práticas.  Vale a pena estudar um pouco melhor esses princípios, eles são muito mais úteis do que parecem. 

Saudações fraternas.

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