quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Visão Mística do Poder




Saudações a todos.

Vou falar hoje de um tema muito interessante, com aplicações práticas em nosso dia a dia: o poder.  E vou acrescentar uma visão mística sobre esse tema tão relevante.

O poder se define, de forma geral, como a capacidade de fazer algo – é o poder de realização.  Mas em um sentido mais particular, que será o empregado neste post, o poder é a capacidade de liderar e influenciar outras pessoas, para que elas apoiem suas ideias e façam o que você deseja – é o poder de dominação.  Essa definição vem a ser a mais utilizada pelas ciências sociais, ao estudar essa questão.

Ocorre que o poder de dominação é um elemento fundamental em qualquer grupo social, pelo motivo simples de que todo grupo precisa de uma organização interna para cumprir seus objetivos, e a “peça” mais importante, por diversos motivos, nessa organização, é o seu líder, ou seja, aquele que exerce o poder de dominação sobre os demais. 

Um líder sempre é necessário, para, dentre outras funções:
- Orientar os esforços do grupo em uma direção definida, buscando motivar seus membros, de forma a dar mais eficiência e foco a seus esforços – para evitar que “cada um faça o que bem entende”.
- Transmitir os valores fundamentais, que mantêm o grupo unido e ativo, a todos os membros do grupo, atuando como um símbolo desses ideais e fonte de inspiração para os demais.
- Dar exemplo de conduta requerida aos membros do grupo, de forma a dar mais eficiência ao atingimento de seus objetivos.
- Educar os que estão à sua volta, supervisionando as tarefas realizadas pelos outros membros do grupo, e sugerindo ajustes e correções, quando necessário.
- Delegar tarefas e missões, contribuindo para que todos se sintam corresponsáveis para a realização dos objetivos do grupo, dividindo a função de liderança com coordenadores de equipes menores.
- Proteger o grupo e cada um de seus membros de ameaças externas, evitando situações de risco que possam comprometer a eficiência ou mesmo a continuidade do grupo.
- Dirimir conflitos internos, de forma a melhorar a harmonia interna do grupo e maximizar sua eficiência – atendimento a seus objetivos.
- Representar o grupo perante outros grupos, atuando como interlocutor, em especial nas situações de resolução de conflitos, preferencialmente com o uso da negociação.
- Desenvolver outros líderes, incluindo seu sucessor, para assegurar a perenidade do grupo.

Assim, pode se ter uma ideia da complexidade da tarefa de um líder, e da importância de se estudar as diversas formas de dominação.  Este post abordará agora essa importante questão.

Existem diversos tipos de poder de dominação.  Dentre eles, um dos mais intuitivos é o poder da força, ou seja, o poder físico, baseado na violência ou em ameaças à integridade física.  Esse é o poder militar, tão utilizado até os dias de hoje.

Ocorre que essa forma de poder não é considerada, nas ciências sociais, como uma forma “legítima” de poder, pois os estudos de ciência política centram-se nos mecanismos que fazem com que as pessoas voluntariamente obedeçam a um líder, sem coação física.  Tais mecanismos de dominação são bem mais complexos e poderosos que a simples ameaça física, que é sempre precária e sujeita a reveses. 

Posso citar como exemplo as constantes revoltas ocorridas nas províncias do Império Romano, um dos mais perfeitos exemplos de organização que se baseava no poder militar para se manter.  Outro exemplo bem mais recente é a presença militar dos EUA no Afeganistão e no Iraque, que custou muitos recursos e muitas vidas sem nenhum sucesso aparente – parece-me que a vida nesses lugares não melhorou muito depois que os antigos “ditadores” foram retirados do poder.

Em suma, posso dizer que o poder físico, militar, embora mais fácil de exercer (para quem tem o poderio militar) é um dos mais frágeis, sendo constantemente ameaçado, já que não interfere no livre arbítrio das pessoas.  E esse é um dos pontos principais da teoria do poder: o único poder original é o livre arbítrio de cada um.  Sendo assim, ninguém, em essência, pode obrigar ninguém a fazer nada, se este não concordar ou aceitar, mais ou menos conscientemente.  Como consequência, posso afirmar que a pessoa só pode ser líder, de fato, de si mesmo – e esse é o pré-requisito básico para ser um líder de um grupo.

Daí se pode concluir que o poder sempre emana dos comandados, nunca do líder.  Um líder somente é líder enquanto seus comandados, voluntariamente, cedem seu poder original (seu livre arbítrio) para que o líder tome as decisões por eles.  Ou seja, todo poder de comando é delegado pelos comandados, e não um “direito natural” do líder, como muitos podem pensar.  E essa delegação somente dura enquanto os comandados considerarem, mais ou menos conscientemente, que é melhor delegar tal poder ao líder do que assumi-lo ou delega-lo a outra pessoa.

Esse é o motivo mais profundo de não considerarmos o poder físico neste post, sem maiores considerações, pois este poder é eminentemente precário, já que não causa uma delegação voluntária – mais dia menos dia os comandados se rebelam, e o líder cai.

Considerando-se então as demais formas de poder, vou abordar agora a classificação de tipos de dominação proposta por Max Weber, famoso sociólogo alemão, considerado um clássico da ciência política.  Conforme Weber, existem três tipos principais de poder:

- Poder tradicional, baseado na existência de regras pré-existentes, aceitas pelas pessoas há muito tempo.  É o poder do patriarca, do líder “natural”, muito comum em sociedades mais primitivas.
- Poder carismático, baseado na identificação que as pessoas têm por um líder mobilizador: o líder carismático.  Esse poder é muito comum em organizações em geral, em especial nas religiosas e místicas.
- Poder burocrático, baseado na consciência racional das pessoas a respeito de seus papéis, e da importância de sua função.  É um poder com múltiplas instâncias, bastante regulamentado, em que o importante são as funções e não as pessoas – é o poder racional, impessoal, mais comum em grandes organizações, e em grupos que realizam tarefas com grande complexidade técnica.

Podemos associar cada uma das categorias de poder com um determinado aspecto de nossa consciência, da seguinte forma:

Poder tradicional – percepções.  A pessoa aceita o poder do líder por uma percepção básica, inconsciente, passada a ela na infância, de que aquela é a “lei natural”.  O líder tem o poder porque é natural que seja assim – o caso mais frequente é o da aristocracia hereditária: aquela pessoa é rei por pertencer à “família real”.  Por essa percepção, existem os que nascem com “sangue azul”, tendo direito a privilégios, e os demais, pessoas comuns. 

Por ser a mais distante da razão, essa forma de poder é também bastante contestada, sendo a segunda mais precária, e muitas vezes os reis têm que recorrer ao poder físico para garantir seu comando.  Mas essa forma pode ser bem duradoura em diversas sociedades, como podemos verificar na história mundial.

Poder carismático – emoções.  A pessoa aceita o poder do líder por uma identificação emocional, por reconhecer nela qualidades que a fazem um líder legítimo e carismático: o líder pode ser bonito, bom, espirituoso, inteligente, corajoso, honesto, íntegro, e/ou alguma outra qualidade à qual se dê um valor relevante.

Esse poder é muito mais efetivo, pois as pessoas efetivamente se dedicam a ajudar o líder a atingir seus objetivos, com toda a sua boa vontade, afinal o líder “mostrou seu valor”, ou seja, “fez por merecer”, e devo então obedecê-lo. 

Por outro lado, ele é limitado à pessoa do líder, sendo que quando o líder morre ou sai de cena, seu sucessor deverá mostrar qualidades similares para manter a liderança.  Caso contrário, o grupo pode ficar acéfalo, perdido em brigas de poder, podendo comprometer seus objetivos.  Tal situação é muito frequente em sucessão de empresas familiares, quando o fundador se afasta – não por acaso, a mortalidade dessas empresas, nesse momento, é bem alta.

Poder burocrático – razão.  A pessoa aceita o poder do líder por ele possuir um perfil mais adequado à função de liderança, com base em critérios mais ou menos objetivos – é a chamada competência técnica.  Tal poder somente será outorgado àquele líder enquanto ele demonstrar, por meio de critérios objetivos (cumprimento de metas, por exemplo), que é digno de manter tal posição.  Caso contrário, ele pode ser substituído.  Em outras palavras, ele é o líder porque é o mais capacitado para sê-lo, conforme critérios aceitos em consenso.

Essa dominação é bem sólida e duradoura, de forma geral, mas a questão é que, na prática, sempre haverá um elemento relevante de carisma ao se exercer a liderança.  Isso porque, se uma pessoa possui todos os pré-requisitos técnicos para ser líder, mas não consegue despertar a admiração dos liderados, por alguma qualidade pessoal que tenha, sua liderança será seriamente contestada, e o grupo dificilmente atingirá de forma eficiente seus objetivos.  Posso dizer que, de forma geral, não existe líder sem algum carisma.

Assim, na prática, não existe liderança burocrática “pura”, e as lideranças mais sustentáveis consistem em uma mescla, dosada conforme o ambiente cultural daquele grupo, de liderança carismática e burocrática. 

Pode ser, por exemplo, uma liderança fortemente calcada na pessoa do líder, moderada por regras que exerçam algum controle sobre suas atitudes, garantindo que os objetivos do grupo sejam alcançados.  Ou então uma liderança bastante burocrática, com grande divisão de tarefas e muitas delegações de poderes, mas com líderes escolhidos de forma a mobilizar seus subordinados com seu carisma.  Esses são os tipos mais eficientes e sustentáveis de liderança, dentre os que são praticados com frequência nos dias de hoje.




Mas agora devo acrescentar a visão mística sobre o assunto, que propõe uma nova forma de liderança, a liderança mística, que tem por base a intuição, que vem a ser o quarto aspecto relevante de nossa consciência, e o mais harmonizado com Deus.  Na realidade, essa forma de liderança já é praticada, em pequena escala, principalmente em pequenos grupos místicos ou religiosos.

A visão mística entende que a principal fonte de poder não é o livre arbítrio, mas Deus.  Porém, pelo princípio da unidade, todos somos unos com Deus, somente faltando a plena consciência desse fato.  Nesse sentido, podemos afirmar então que a principal fonte de poder é nosso livre arbítrio, desde que ele esteja harmonizado com Deus.  E cabe a cada um de nós o esforço de harmonização com Deus, não cabendo a mais ninguém interferir nesse processo, nem julgar ou avaliar o grau de nossa harmonização – esse é um processo subjetivo, pessoal e intransferível.

Daí temos uma situação aparentemente contraditória: o poder vem somente de Deus, mas cada pessoa tem Deus dentro de si, podendo estar mais ou menos harmonizada – e somente sua própria consciência pode determinar o grau de sua harmonização.  Como fazer então, como escolher a pessoa que deverá desempenhar a liderança mística?  Como evitar que várias pessoas se autointitulem “líderes místicos” e levem o grupo a uma situação de conflitos intermináveis, que comprometam sua eficiência e sua sobrevivência?

Para responder a essas questões, não basta a razão – ela são o reflexo de um paradoxo inconciliável, a princípio.  Deve-se então lançar mão da intuição, que deve ser desenvolvida por meio de práticas místicas de oração e meditação.  Sendo assim, para quea questão da escolha do líder seja bem resolvida, todos os componentes do grupo (ou pelo menos a maioria deles) devem estar devidamente harmonizados com Deus, com sua intuição desenvolvida. 

Devo acrescentar que existem experimentos místicos em que se podem obter respostas a determinadas perguntas que nossa razão não consegue responder, lançando mão de nossa intuição.  Isso porque, pela intuição, somos capazes de acessar um plano mais sutil, onde as energias são mais harmoniosas, e as realidades mais profundas são visíveis e perceptíveis – ali se pode ter consciência das respostas necessárias.  Muitas vezes, basta meditar e se manter receptivo, e então alguma inspiração vem, de uma forma ou de outra, algum sinal que indica a você a resposta correta, e você tem a sensação de “certeza interior” que caracteriza o conhecimento intuitivo.

Vou dar um exemplo muito famoso de escolha de um líder místico: o conclave que elege um papa, na Igreja Católica.  Abstraindo-se as questões de interesses diversos que cercam uma eleição como essa – interesses em sua maioria puramente materiais – como é o mecanismo dessa eleição? 

Todos os eleitores (que podem ser candidatos também) reúnem-se em local isolado, e, em meio a práticas místicas de oração e meditação, buscam a inspiração para a escolha do nome mais adequado.  Caso essas inspirações individuais resultem em diversos nomes (o que é o caso mais comum), são feitas rodadas de negociação e conversas, com votações intermediárias, para se buscar um consenso.  Pelo que relatam esses eleitores, a inspiração acaba vindo, o consenso é obtido, e o nome é escolhido.

A princípio, esse é um exemplo de escolha de um líder místico.  Para que tal escolha ocorra de forma efetiva e válida, é necessário que todos os eleitores estejam dispostos a abrir mão de seu poder pessoal, caso a inspiração divina assim determine.  Ou seja, todos devem estar harmonizados com Deus, com sua intuição desenvolvida, e em postura humilde, sabendo que o líder não é aquele que “faz o que quer”, o que “manda em todos”, o que “é melhor que os outros”, e sim que o líder é o “principal servidor”. 

Daí, cada um passa a ver a liderança como um serviço a ser realizado, tão importante como outro qualquer, com diversas responsabilidades e encargos, e deixa para sua “voz interior”, ou seja, para a inspiração divina, a decisão sobre quem seria a pessoa mais adequada para realizar essa tarefa.

Mas, afinal, o que é a liderança mística?  Como já dito acima, é uma forma de liderança em que o líder se vê como um servidor do grupo.  Detalhando melhor, o líder tem a consciência de que o poder supremo vem de Deus, e que seus liderados estão tão próximos de Deus quanto ele, podendo estar, a cada momento, mais ou menos harmonizados com Deus. 

Assim, ele não se vê como um “predestinado”, não se considerando “melhor”, nem “mais puro” que ninguém, ele apenas está cumprindo uma função fundamental para o grupo, que delegou tal poder a ele e espera o máximo de dedicação e zelo de sua parte no cumprimento dessa tarefa.  E, quando tiver que deixar o poder para seu sucessor, o faz com a alegria do dever cumprido, desejando que o próximo líder também tenha o mesmo sucesso, e colocando-se a serviço em qualquer outra função para o grupo.

Resumindo, as principais características da liderança mística são:
a)      Sentimento de igualdade entre líder e liderados, percebido por ambas as partes.
b)      Líder se vê como o servidor com mais responsabilidades no grupo.
c)      Liderados se veem como peças fundamentais, sendo corresponsáveis pelos resultados do grupo.
d)     Ampla liberdade de comunicação entre todos.
e)      Delegação de poderes e divisão de tarefas, de forma participativa.
f)       Decisões mais críticas submetidas a um comitê estratégico.
g)      Desapego a poder ou status – preparação de sucessores e rodízio de funções.
h)      Sucessão regulada por regras objetivas, em prazos definidos, da forma mais participativa possível.

Pode parecer utópico esse tipo de liderança, mas o fato é que, quando as pessoas têm um nível adequado de consciência e harmonização, esse tipo de liderança é uma consequência natural, e ela realmente ocorre em grupos restritos de pessoas.  E ela pode ocorrer em qualquer grupo, não somente nos religiosos ou místicos.

Por exemplo, em uma ONG, em que as pessoas estão unidas por um ideal superior, que as faz abrir mão de suas vaidades pessoais e desejos egoístas, pode ocorrer esse tipo de liderança.  Mesmo em um condomínio de apartamentos, quando vários condôminos se revezam na nobre função de síndico, buscando o bem comum, pode ocorrer a liderança mística.  O fato é que líderes místicos estão mais próximos de você do que pode parecer – tente lembrar se você conhece algum – eles são muito frequentes em grupos que não envolvem muito dinheiro ou status social, que se dedicam a atividades altruístas e serviços comunitários.

Devo observar também que, infelizmente, essa liderança não é tão frequente assim em grupos místicos e religiosos.  Em outras palavras, é muito frequente encontrar líderes de grupos místicos ou religiosos que exercem uma liderança carismática ou tradicional, se considerando detentores de “privilégios” e usando seu poder para tirar proveito próprio. Como já dito neste post, esse tipo de liderança não é sustentável, podendo comprometer a sobrevivência do próprio grupo.

Ouso afirmar que, num futuro mais ou menos distante, a maior parte dos líderes exercerão a liderança mística.  E isso por um motivo simples: é a única liderança realmente sustentável – mais precisamente, eterna, pois está ancorada em Deus.  Assim, organizações com esses líderes permanecerão por mais tempo, enquanto as outras perderão relevância com o tempo.  Esse processo tende a se acelerar, à medida que as pessoas em geral vão evoluindo em consciência, e passam a buscar cada vez mais grupos em que elas possam se sentir parte importante de uma comunidade harmoniosa.

Na realidade, já existe um segmento da literatura de “auto-ajuda executiva” – aqueles livros cheios de fórmulas de como fazer sucesso nos negócios – que já reconhece o valor desse tipo de liderança.  Um dos livros mais famosos dessa linha é “o Monge e o Executivo”, um grande best-seller, que expõe com mais detalhes várias das ideias aqui expostas, em especial a do “líder-servidor”.  Assim, essa questão da “liderança mística” está começando a ser levada mais a sério, inclusive por grandes organizações modernas.

Mas a realidade presente é que, nas principais corporações, nos governos dos principais países do mundo, bem como nas principais organizações multilaterais, há a predominância de lideranças tradicionais e carismáticas, com uso ainda bastante difundido da coação física ou militar como meio de exercer liderança. 

Posso dizer então que a humanidade ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar a eficiência necessária para superar tantos desafios que se apresentam à humanidade nos dias de hoje.  Um importante sinal do que ainda temos que avançar é a existência disseminada de guerras e revoltas diversas em todo o mundo – atualmente dezenas de países estão envolvidos de alguma forma em distúrbios desse tipo.  Onde há revolta e violência, falta liderança comprometida com os objetivos do grupo, ou pelo menos capaz de conciliar os diversos interesses em conflito.

Termino este post com um apelo aos líderes em geral, para que tenham a devida sabedoria para conduzir seus grupos – condomínios, grupos religiosos, empresas, cidades, países – da melhor forma possível, em consonância com seus objetivos.  Que eles sejam dedicados e harmonizados com seu grupo, sem deixar que interesses egoístas de poucos prevaleçam sobre o conjunto.  Que eles saibam orientar seus comandados, dirimir os conflitos e negociar com os outros grupos da melhor maneira possível.  Que eles sirvam de exemplo para os membros de seu grupo e de outros grupos também.  Que eles sejam regulados pela razão, mas tenham carisma para mobilizar as pessoas, e saibam ouvir sua intuição quando for necessário.  Que assim seja!

Saudações fraternas.

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