segunda-feira, 17 de março de 2014

Prosperidade e Valor - Visão Mística



Saudações a todos.

Hoje vou tratar de dois temas interligados, nos quais a visão mística é muito diferente da visão científica ou popular sobre o assunto: prosperidade e valor.

Desses dois conceitos, a visão mística considera o valor como o mais abrangente, sendo o fundamento da prosperidade.  Afinal, pode-se definir prosperidade como o acúmulo de coisas, concretas ou abstratas, que possuam valor para alguém.

O que é valor?  Vou iniciar apresentando duas abordagens distintas, muito comuns no dia a dia:
a)      Visão econômica: valor é o que traz utilidade a alguém, ou seja, algo que a pessoa (física ou jurídica) pode usufruir para seu proveito, material ou imaterial.  Esta é uma visão utilitária do valor, sendo um dos conceitos básicos da ciência econômica.
b)      Visão filosófica: valor é uma ideia considerada boa ou virtuosa por determinado grupo de pessoas, ou seja, é algo desejável, que todos daquele grupo deveriam lutar para conseguir e/ou manter – nesse sentido, é quase um sinônimo de “ideal”.  Esta é a visão ética do valor, muito importante nas ciências sociais, e  também na administração moderna de empresas. 

Devo destacar que, mesmo na visão econômica, o valor nunca se refere a um objeto em si, material ou abstrato, e sim à imagem que fazemos desse objeto.  Em outras palavras, há uma intermediação simbólica que define o valor de algo.  Nada tem valor em si mesmo, cada pessoa dá o valor devido ao que a cerca.  Tanto que a economia não considera valor e preço como sinônimos, criando o conceito subjetivo de “utilidade” para definir o valor de algo para uma determinada pessoa.  A expressão “agregar valor”, tão utilizada em economia e negócios, reflete essa realidade.

Em complementação às visões já apresentadas, devo mostrar a visão mística: valor é tudo o que nos aproxima de Deus, ou seja, o que nos aproxima do estado de felicidade – conforme a visão mística, a suprema felicidade ocorre quando estamos em plena harmonia com Deus.

Em qualquer um dos enfoques, há uma questão básica relacionada ao conceito de valor.  O que tem valor para você?  E aí entra a questão dos desejos e necessidades humanas.  Sem entrar profundamente nessa questão, que foge do escopo deste post, posso dizer que, conforme vários estudos realizados no campo da psicologia humana, existe uma “hierarquia” de interesses e motivações do ser humano, que define, em cada situação, o que tem mais valor para ele.

De acordo com essa “hierarquia”, muitas vezes representada como uma “pirâmide de interesses”, o ser humano necessita, inicialmente, atender suas necessidades básicas de sobrevivência física – alimento, água, abrigo.  Se houver uma carência severa de algum desses fatores básicos, a pessoa vai concentrar todas as suas energias em busca desse elemento faltante, que passa a ser a coisa mais valiosa para ela.  Como exemplo, posso citar alguém com sede e sem água, no meio de um deserto – quanto ele estaria disposto a pagar por um litro d’água?

Atendidas essas necessidades básicas, passam a ser primordiais as necessidades emocionais – afeto, carinho, sentir-se minimamente amado.  Atendidas as necessidades de afeto básico, passa a ser fundamental a inserção social – sentir-se parte minimamente importante de um grupo.  Atendidas essas necessidades mais básicas, parte-se para outras, cada vez menos necessárias e mais desejáveis – passa-se da necessidade para o desejo.

Neste post, somente vou abordar o valor ligado ao desejo, ou seja, o que tem valor para alguém que já tenha tido suas necessidades básicas satisfeitas – o que posso chamar de “ser humano adulto saudável”.  E devemos reconhecer que o ser humano, em geral, tem uma infinidade de desejos, relacionados a estados de felicidade idealizados.

Nesse sentido, devemos destacar três dimensões relacionadas a esses estados de felicidade:
a)      Dimensão material, física: normalmente representada pelo dinheiro, que é somente uma representação de algo que tem valor para você – a maioria das pessoas tem a percepção de que o dinheiro tem valor em si, o que não corresponde à realidade.  Relacionada a essa dimensão está a ideia de riqueza, de prosperidade material.
b)      Dimensão emocional: representada pela alegria de viver, pelo entusiasmo de uma vida plena.  Está relacionado ao carisma e à empatia que temos no relacionamento com outras pessoas.
c)      Dimensão racional: representada pela justiça, pela temperança, pelo justo equilíbrio entre causas e consequências, entre ações e reações.  Não é a toa que existe a expressão “juízo de valor” para definir um julgamento sobre a adequação de uma determinada ideia, discurso ou atitude.  Está relacionado à sabedoria, ao chamado “caminho do meio”, à arte de viver de forma equilibrada.

Além dessas três “dimensões da felicidade”, a visão mística considera que existe a quarta, a mais relevante: a dimensão espiritual, relacionada a Deus, ao Amor Divino, que representa o máximo objeto de desejo de um místico - a harmonização com Deus, a Reintegração Divina, a iluminação.  Essa quarta dimensão tem a capacidade de harmonizar as outras três, dando a cada uma das outras dimensões seu devido valor a cada momento, a cada situação de vida.

Podemos afirmar também que a imensa maioria das pessoas dá muito valor à prosperidade material, simbolizada pelo dinheiro, e também à alegria de viver, relacionada a uma vida intensa, com desafios e realizações.  Além disso, muitas pessoas percebem que a felicidade está relacionada ao equilíbrio, ao saber viver sem excessos, e as pessoas que seguem a visão mística também valorizam o contato com Deus, algo considerado mais valioso que qualquer outra coisa.

Naturalmente, cada pessoa terá sua escala individual de valores, mas normalmente as coisas mais valiosas se relacionarão com uma ou mais dessas dimensões aqui mostradas.

Devo ressaltar que as quatro dimensões estão presentes no conceito místico de felicidade, ou seja, um místico deve dar o devido valor a cada uma delas, sem negligenciar nenhuma.  É certo que algumas vertentes místicas consideram que a prosperidade material é algo vicioso em si, e deve ser evitada – muitos religiosos e místicos fazem “voto de pobreza”.  Outras vertentes evitam a alegria e a plena vivência, submetendo seus seguidores a sacrifícios corporais diversos, a uma vida em isolamento, sem prazeres, censurando-os caso demonstrem alegria e satisfação em viver.  Outras vertentes evitam julgamentos de qualquer tipo, ou qualquer restrição a comportamentos, considerando que o ser humano deve ter total liberdade de ação, fazer o que quiser, que Deus tudo aceita e aprova.

Apesar dessa variedade de correntes místicas, e respeitando-as devidamente, devo afirmar que um conceito mais completo de felicidade tem que considerar todas as suas dimensões.  Não consigo entender por que um místico deve se privar de confortos materiais, deve renegar os frutos de sua prosperidade, deve fugir da alegria e dos prazeres naturais e saudáveis da vida, ou deve evitar a busca de um equilíbrio em seus pensamentos, palavras e ações.  Pelo contrário, se ele buscar plenamente as coisas que têm real valor para ele, materiais, emocionais, racionais e espirituais, ele poderá se harmonizar com Deus de forma muito mais plena, muito mais completa.

Afinal, por que fomos dotados de 5 órgãos dos sentidos?  Por que temos paladar, se não pudermos apreciar ótimos pratos e bebidas deliciosas?  Por que temos visão, se não pudermos contemplar a beleza de uma paisagem, ou de uma pessoa?  Por que temos audição, se não pudermos ouvir as músicas mais sublimes?  Em suma, a vida é para ser vivida, da forma mais plena possível, é por isso que somos dotados de inteligência, discernimento, percepções, emoções e todos os demais atributos que formam nossa mente.

Devemos então buscar o que damos valor: conquistas materiais, profissionais, amorosas, sociais.  Devemos nos emocionar bastante, de forma harmoniosa e construtiva, devemos amar muito, ter muitos amigos, ter muitos momentos especiais.  Devemos conviver harmoniosamente com as outras pessoas, com a natureza, conosco mesmos.  Devemos buscar o equilíbrio e a temperança, sem abdicar do prazer, da alegria de viver.  E, acima de tudo, devemos buscar a harmonia com Deus, que dá um sentido maior a todo o resto e é a fonte da genuína felicidade.

Sem essas coisas, de que vale a vida?

Devo ressaltar que o que escrevi acima não é uma licença para se fazer “tudo o que vier á cabeça” a todo momento.  Aproveitar a vida não é cultivar uma pretensa “liberdade” sem nenhum limite – até porque os limites são fundamentais para nossa saúde mental.  Como já visto, existe a dimensão racional da felicidade, o que significa que não se pode ser feliz em uma vida de excessos, sem o necessário equilíbrio.  A natureza nos mostra, com seus ciclos, que existe tempo para tudo, para o dia e a noite, para plantar e colher, para divertir-se e trabalhar, para lutar e descansar.  Sejamos moderados, tenhamos temperança, e as vivências serão muito mais intensas e prazerosas.

E como saber a hora de viver intensamente e a de se recolher, a hora de trabalhar e a de descansar, a hora de lutar e a de ceder?  Ora, harmonizando-se com a dimensão espiritual, praticando oração e meditação frequentes e desenvolvendo a intuição.  Dessa forma, se consegue ter uma vida harmoniosa, com plenas condições de se viver feliz, na saúde e na prosperidade.


Vamos agora tratar do tema da prosperidade, um tema muito frequente em diversos livros de autoajuda.  A partir do que já escrevi, posso dizer que a prosperidade é uma das dimensões da felicidade, muito importante, mas que deve estar acompanhada das demais, em equilíbrio, pois caso contrário não poderemos ter uma felicidade plena.

Não estou diminuindo a importância da prosperidade material, ela é uma base de sustentação muito relevante – quem pode ser feliz sem as mínimas condições de vida material, sem saúde física?  Mas devo alertar que a sociedade atual tende a supervalorizar essa dimensão.

Podemos verificar, no mundo moderno, uma série de comportamentos associados a uma busca compulsiva da prosperidade material, a qualquer preço, sem a mínima preocupação com os demais valores que compõem nossa felicidade:
- Pessoas que fazem questão de se deslocar sozinhas em seus carrões, para terem o privilégio de passaram um bom tempo em engarrafamentos, curtindo seu ar condicionado e seus brinquedos tecnológicos.
- Pessoas que se comunicam com as outras por meio de máquinas, sem nem saber o que se passa com seu vizinho de porta.
- Pessoas que só pensam em ganhar dinheiro, deixando de lado suas famílias, que fatalmente se despedaçam.
- Pessoas que se drogam, para poder fugir de seus problemas e de seu egoísmo, em busca de prazeres efêmeros e ilusórios, e com isso sustentam um negócio ilegal, dominado por quadrilhas perigosas.

Estou fazendo descrições simplistas, mas a ideia básica é que cada vez mais as pessoas vêm sendo estimuladas e vêm praticando atitudes individualistas, em busca de um conforto puramente material, sem darem a devida atenção às dimensões emocionais, racionais ou espirituais da felicidade.  Isso gera desequilíbrios diversos, doenças físicas e mentais, que tornam a vida de qualquer um muito infeliz.  E o pior é que, sem equilíbrio, não se consegue nem a prosperidade material duradoura – fatalmente os desequilíbrios levarão a compulsões e distúrbios diversos, que trarão problemas físicos e financeiros, mais cedo ou mais tarde.

Então uma pergunta se impõe: como obter a prosperidade material?  A resposta está no texto já escrito, e pode ser resumida da seguinte forma: buscando a felicidade, em todas as suas dimensões.  Se direcionarmos nossas energias de forma harmoniosa para um trabalho construtivo, com alegria de viver, com intensidade, em equilíbrio e harmonia interior e com os que nos cercam, e buscando sempre a harmonização com Deus, a prosperidade material é decorrência natural, ela “flui” até você, como natural consequência de um esforço harmonioso.

Para isso tudo, temos três ferramentas poderosas, que nos permitem conquistar a prosperidade que quisermos: escolhas conscientes, vontade harmoniosa e atitudes responsáveis.  Vamos detalhar cada uma delas.

Em relação às nossas escolhas, elas são fundamentais em nossa vida, são elas que determinarão nosso destino, em última análise.  E como ter as escolhas mais sábias?  Buscando desenvolver a intuição, a ligação com nosso Deus interior, que sempre sabe o que é melhor e mais harmonioso para nós.

Por exemplo, diante de uma questão fundamental para nossa prosperidade – qual profissão devo escolher? – devemos respondê-la não com o pensamento de “mercado”, a partir de um levantamento de quais são as profissões mais “lucrativas”, as que pagam melhores salários, as que têm menor concorrência, ou as que são mais populares.  Esses critérios, embora muito usados, não são os mais adequados, por não levarem em conta a essência de cada pessoa.  Uma profissão é algo muito sério pois, durante anos, você vai dedicar boa parte de sua vida útil a ela.  Já pensou, todos os dias você levantar e ter que passar o dia fazendo o que não gosta?  Pois é a escolha mais ou menos consciente de muitas pessoas.

Para saber qual a melhor profissão para você, deve-se consultar a razão, para se saber quais as que têm melhores perspectivas, mas sempre em conjunto com a emoção – qual a que você tem real afinidade, a que você gostaria de trabalhar – e também com a intuição – qual a que você sente como uma “missão” que cabe a você realizar neste mundo. 

Conforme algumas vertentes místicas, antes de nascermos, nossa alma, em harmonia com Deus, faz uma espécie de “planejamento” de nossa vida, incluindo as profissões preferidas, ou seja, as que mais acrescentariam vivências na caminhada da Reintegração Divina.  Essa teoria é a base para diversos “mapas natais” – astrológico, numerológico – nos quais se busca, por meio do princípio da analogia, decifrar esse “planejamento” que fizemos para nossa vida. 

Devo acrescentar que essa teoria não implica em uma visão fatalista da vida, em que nossa vida já estaria predeterminada desde que nascemos.  Em minha visão, o fatalismo é totalmente incompatível com o atributo divino que existe em nós, que é representado pelo livre-arbítrio e pelo nosso poder criador.  Como poderíamos ter capacidade de criar e fazer escolhas com nosso destino traçado desde o nascimento?  Por outro lado, devemos reconhecer que há escolhas que facilitam nossa vida, em que as energias fluem melhor, e escolhas que nos trazem muito sofrimento e dificuldades – daí entra a importância de conhecermos nosso “planejamento” prévio, o que nos faz ganhar tempo e poupar energias, facilitando nossa caminhada.

Dessa teoria do “planejamento da alma” vem o conceito de “vocação”, que seria uma determinada inclinação para uma ou mais profissões específicas, definida previamente pela alma, ou seja, pela porção divina que está em você.  E, assim, você já nasceria com algumas “habilidades inatas”, prontas para serem desenvolvidas e aproveitadas em uma ou mais profissões convenientes.  E a intuição entra aí, pois é ela quem vai indicar a você qual a sua “vocação”, para que você possa escolher a profissão mais conveniente para sua vida.  Essa profissão (ou profissões) será(ão) a(s) que lhe trará(ão) mais prosperidade material duradoura.

Devo ainda ressaltar que escolhas podem e devem ser objeto de questionamento constante.  Devemos ser livre-pensadores, com liberdade para criticar e questionar quaisquer escolhas realizadas por nós mesmos.  Para isso, temos a capacidade de julgamento e o nosso livre-arbítrio.  Isso porque a vida é muito dinâmica, as condições internas e externas mudam a todo momento, e muitas vezes uma escolha conveniente em determinado contexto deixa de sê-lo mais adiante. 

Devemos sempre ter a capacidade de nos criticar e saber aceitar as críticas construtivas para eventuais mudanças de rumo.  Se estivéssemos sempre certos, não haveria mais o que evoluir, e já estaríamos reintegrados á Deus.  Assim, quando falo “escolha consciente”, me refiro a um processo contínuo de tomar decisões e depois avaliá-las, revisando o que for necessário.

Em relação à vontade harmoniosa, ela vem a ser a continuação natural das escolhas acertadas.  Uma vez escolhida uma profissão adequada, devemos desenvolver nossa vontade, nossa motivação, sempre em harmonia com os mais elevados princípios éticos.  Assim, práticas egoístas, de querer o sucesso a qualquer custo, de agir de forma a prejudicar outros em seu benefício, de mentir e enganar os outros para obter vantagem, devem ser evitadas ao máximo.  Não se obtém sucesso ou prosperidade duradouros em bases antiéticas.  A ética é como que uma sólida fundação onde seu castelo da prosperidade poderá ser edificado e resistir a quaisquer abalos. 

Alguns poderão argumentar que existem inúmeros caso de pessoas inescrupulosas, que ficaram ricas às custas da exploração alheia, enganação, fraudes, trapaças, roubos, ameaças, crimes diversos.  Realmente isto é fato, mas a lei da Causa e Efeito estará em ação, mais cedo ou mais tarde, para reduzir ou anular os efeitos daquela prosperidade efêmera construída a partir de bases frágeis.  Ocorre que, quando digo “efêmera”, esse lapso de tempo pode durar dezenas de anos, dando a ilusão de que aquela pessoa foi muito bem sucedida, mas isso é ilusório, mais cedo ou mais tarde vem a decadência, isso é inevitável, a não ser que a pessoa mude ativamente de comportamento e demonstre estar no caminho harmonioso.

A vontade harmoniosa se relaciona com a busca de objetivos elevados, que visem o benefício da sociedade em geral, como por exemplo: auxílio aos mais necessitados; avanços na infraestrutura, ciência ou tecnologia, que vão melhorar a qualidade de vida das pessoas; proteção ao meio ambiente; respeito aos seres mais frágeis (animais, vegetais); combate a dissonâncias diversas (crimes, fraudes, desordem); assistência física, emocional ou espiritual, etc.

Se, em nosso dia a dia, buscarmos sempre o que há de mais nobre em nossa profissão, a prosperidade tende a ser uma consequência natural, pois tendemos a fazer nossa atividade com mais prazer e energia positiva, o que nos dá mais eficiência e eficácia a nosso trabalho.  E daí nosso trabalho passará a ser naturalmente valorizado, pois estaremos agregando efetivo valor à sociedade. 

No curto prazo podem ocorrer injustiças – e elas ocorrem com frequência –, mas no longo prazo um trabalho íntegro e competente sempre aparece e é devidamente valorizado – deve-se ter confiança nisso, e a hora do reconhecimento chega, mais cedo ou mais tarde.

Resumindo, devemos sempre buscar a motivação mística para nossas atividades profissionais, respondendo à pergunta: o que estou agregando de valor à sociedade, no que estou ajudando meu semelhante?  Nunca se deve perder de vista os objetivos maiores e mais nobres de qualquer atividade – esse é um dos segredos da prosperidade sustentável.

Em relação às atitudes responsáveis, estas são a decorrência natural dos outros aspectos, ou seja, são atitudes perfeitamente coerentes com as escolhas realizadas e com as motivações adotadas.  Quando se tem a convicção, dada pela intuição, de que estamos no “caminho certo”, e estamos em harmonia com os princípios mais elevados, as atitudes responsáveis naturalmente seguem em consequência.  Em outras palavras, tendemos a pesar de forma sábia as consequências de nossos atos, e agir da forma mais construtiva possível.

Isso significa, por outro lado, que, caso estejamos tendo atitudes dissonantes, destrutivas, que nos estejam trazendo sofrimento e nos afastando da prosperidade, existe algo errado em nossas escolhas e/ou motivações.  Daí entra o processo de revisão das escolhas a que já me referi – e o melhor indicador da necessidade de revisão são as consequências de nossas atitudes, os frutos de nosso trabalho: se eles não estiverem satisfatórios para nós, está na hora de mudar.

As outras pessoas têm um papel muito importante nesse processo, pois elas podem nos apontar aspectos a corrigir em nossas atitudes – é o chamado “feedback”, nas teorias de administração de empresas.  Promova e pratique o feedback, respeitosamente diga aos outros o que acha de suas atitudes, saiba ouvir o que os outros dizem a você, e seu trabalho será aperfeiçoado – esse é mais um caminho para a prosperidade.

Estão aí, em linhas gerais, algumas dicas para desenvolver nossa prosperidade material.  Pode-se ver que não há fórmulas mágicas, há a necessidade de muito trabalho e esforço, fazendo escolhas conscientes, com vontade harmoniosa e atitudes responsáveis, com confiança de que este é o caminho certo.  Pois não há segredo para o sucesso – ele é sempre resultado de esforço e confiança, e vem com o tempo, sempre na melhor forma possível.

Para fechar esse texto, devo lembrar ainda da importância da visualização criativa para nossa prosperidade.  A visualização criativa, como já descrito em outro post, é um experimento místico em que visualizamos, em nossa “tela mental”, uma situação que almejamos, como se já estivéssemos vivenciando aquela situação.  Essa visualização deve ser feita com o máximo de elementos possível – visuais, auditivos, táteis e emocionais também.  Devemos nos “sentir” naquela situação, sendo gratos por Deus nos ter permitido usufruir dela.

Esse método místico, bastante antigo e atualmente muito popular, está descrito em diversas publicações místicas e de autoajuda, em especial no livro “O Segredo”, sendo apresentado normalmente como “o segredo da prosperidade”.

Realmente, a visualização criativa é um método bastante poderoso de direcionar energias, focando-as para um determinado objetivo.  Porém, isoladamente, não há como garantir a eficácia desse método, ou seja, se não tivermos a devida convicção das escolhas que fizemos, se não nos harmonizarmos com os grandes objetivos e valores éticos e se não agirmos de forma responsável, de nada adiantarão visualizações.  Podemos visualizar sim, podemos criar coisas incríveis, mas temos também que fazer todo o esforço necessário e organizado para alcançarmos a meta escolhida. 

Não foi à toa que deixei por último a ferramenta da visualização, pois é muito importante ter todos os pré-requisitos para a prosperidade antes de lançar mão dessa ferramenta.  Mas, uma vez cumpridos os requisitos, só tenho a dizer que o céu é o limite, pois poderemos ter simplesmente o que quisermos. 

Com a devida harmonização, podemos comprovar aquela máxima de “querer é poder”.  No momento em que sabemos de verdade o que realmente queremos, e não o que os outros querem que façamos, ou o que nosso “eu sensível”, nossa vaidade, nosso egoísmo querem de nós; no momento em que estamos harmonizados com os mais sublimes valores; no momento em que agimos de forma coerente com nossas escolhas e valores; nesse momento, teremos toda a felicidade que desejarmos.

O que escrevi acima não é tão distante de nossa realidade atual quanto poderíamos pensar – basta querermos e trabalharmos nesse sentido.  Conforme a visão mística, a felicidade está acessível a qualquer pessoa, incluindo você.  Que tal pensar a respeito?  Você quer ser feliz, próspero, vivendo de forma alegre e intensa, com sabedoria e harmonia com Deus?  Saiba que pode ser isso tudo, quando você realmente quiser.  Boa sorte em sua caminhada!

Saudações fraternas.



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